Um empresário de Angra dos Reis (RJ), que ajudou Jair Bolsonaro a reformar a casa de veraneio dele na cidade, entrou na fila de pedidos para visitar o ex-presidente. Renato de Araújo Corrêa é dono da Construtora Bravo e se diz “amigo pessoal” de Bolsonaro. O pedido dele foi apresentado ontem (5) ao STF, e ainda não há decisão.
No ano passado, o próprio empresário admitiu ao Metrópoles ter atuado na reforma do imóvel de Jair Bolsonaro em Angra. Segundo ele, a ajuda foi na fiscalização da obra e, posteriormente, na remoção do entulho.
Ao mesmo tempo, sua construtora ganhou, em apenas uma semana, contratos que somam R$ 17 milhões no governo do Rio, comandado por Cláudio Castro (PL), aliado do ex-presidente.
O empresário também atuou nas obras de ampliação do aeroporto de Angra dos Reis, um projeto iniciado no governo de Jair Bolsonaro e tocado pelo então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
A casa de veraneio de Bolsonaro tem cerca de 700 metros quadrados e está localizada na Vila de Mambucaba. Durante a reforma, a propriedade passou por troca de piso, consertos no telhado, substituição das esquadrias e reconstrução de um muro.
À época, Jair Bolsonaro disse ter pago a reforma do próprio bolso e possuir as notas fiscais dos trabalhos. Segundo Renato, a reforma foi feita por outra empresa, e não pela Construtora Bravo.
No pedido de visita ao STF, ele reitera manter laços de amizade com Bolsonaro.
“O Requerente (Renato) é amigo pessoal do ex-Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, com quem mantém relação de fraterna amizade, inclusive sendo próximo da família Bolsonaro, relação esta notória e pública”, diz um trecho da petição do empresário, que tentou se eleger prefeito de Angra dos Reis pelo PL no ano passado.
“Considerando que o ex-presidente Jair Bolsonaro encontra-se em prisão domiciliar (…), o Requerente vem respeitosamente solicitar autorização judicial para visitá-lo em sua residência, observadas as restrições impostas”, diz o pedido, assinado pelo advogado Tiago Santos.
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes nesta segunda-feira (5).
Na decisão, Moraes proíbe Bolsonaro de receber visitas na casa onde vive atualmente, no bairro Jardim Botânico, em Brasília. Mesmo nos casos em que as visitas forem autorizadas, diz ele, os visitantes “ficam expressamente proibidos de utilizar celulares, tirar fotos ou gravar imagens”.
“O descumprimento das regras da prisão domiciliar ou de qualquer uma das medidas cautelares implicará na sua revogação e na decretação imediata da prisão preventiva”, escreveu Alexandre de Moraes no despacho.