A SpaceX, empresa de Elon Musk, prepara para esta segunda-feira (25/8) o 10º voo de teste da Starship, o maior foguete do mundo, de 122 metros. A decolagem está marcada para 20h30 no horário da Brasília e ocorre em Boca Chica, sul do Texas (EUA).
O teste estava previsto para a noite desse domingo (24/8), mas foi adiado para “dar tempo de solucionar um problema com os sistemas terrestres”, segundo informou a SpaceX.
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O voo será transmitido ao vivo pela própria empresa em sua conta oficial no X e também no aplicativo da companhia. Outros canais especializados em exploração espacial transmitirão a operação em paralelo, com comentários técnicos desde a preparação. A SpaceX informa que o cronograma é dinâmico e sujeito a alterações.
Caso surjam novos problemas climáticos ou técnicos, a companhia ainda tem esta terça-feira (26/8) como data reserva para fazer uma nova tentativa. Estradas e praias da região foram interditadas pelas autoridades locais para evitar acidentes, já que os testes possuem um histórico de explosões e falhas.
Objetivo de chegar a Marte
O Starship Flight 10 ocorre após três falhas neste ano e a explosão de um veículo em solo em junho. Apesar dos contratempos, a empresa insiste em aperfeiçoar o foguete que será usado em missões para a Lua e em uma futura viagem tripulada a Marte.
A Nasa selecionou a Starship para levar astronautas na missão Artemis 3, que deve chegar na Lua até 2027. Para cumprir a tarefa, a SpaceX precisa provar que o foguete é reutilizável e capaz de realizar manobras complexas como reabastecimento em órbita e pousos controlados.
No voo de hoje, o propulsor Super Heavy tentará uma reentrada extrema nas águas do Golfo do México, em vez de pousar em terra. O objetivo é testar motores sob condições de estresse e coletar dados que possam aumentar a confiabilidade do sistema.
Reprodução/SpaceX
Foguete Starship, da SpaceX, explodiu pouco depois da decolagem, em abril de 2023
Jonathan Newton/The Washington Post via Getty Images
Reprodução
Aumento de voos de empresas privadas, como a SpaceX, fez o risco de acidentes crescer, dizem pesquisadores
Divulgação/SpaceX
A Starship explodiu no retorno à Terra
Reprodução/X
Terceiro voo teste da Starship
Reprodução/Spaceflight Now
A nave, voltada para o transporte de passageiros no futuro, não tinha pessoas na missão
Reprodução/Spaceflight Now
A decolagem, marcada para as 9h (horário de Brasília), teve atraso e aconteceu às 10h25 no terceiro voo teste
Reprodução/Spaceflight Now
Desafios do 10º voo
O voo também transportará oito simuladores de satélites Starlink. Eles serão liberados cerca de 18 minutos após a decolagem, em um teste de um novo sistema de ejeção que a empresa apelidou de “Pez dispenser”. Nos testes anteriores, falhas no compartimento impediram a liberação da carga.
Agora, a SpaceX pretende corrigir os erros e ainda realizar o reacendimento de um motor Raptor em órbita, cerca de 38 minutos após o início da missão, o que intensificaria a propulsão para viagens para longas distâncias, mas aumenta muito o risco de explosão.
Além dos satélites simulados, a nave testará placas de proteção térmica e novos revestimentos metálicos. A intenção é verificar como diferentes materiais se comportam durante a reentrada, um ponto crítico para voos de longa duração.
Histórico de falhas
Apesar dos avanços, especialistas lembram que a Starship ainda não completou um voo sem falhas. Cada teste, no entanto, gera informações consideradas essenciais para viabilizar a visão de Elon Musk: enviar humanos a Marte nas próximas décadas.
Nas missões 7, 8 e 9 da Starship, a SpaceX perdeu contato com a nave poucos minutos após o lançamento. Os dois exemplares explodiram e seus destroços prejudicaram a circulação de voos comerciais no Haiti (no 7º lançamento) e nas Bahamas (no 8º lançamento), ambos no Caribe.
Nos preparativos para o 10º lançamento, uma nave menor da SpaceX explodiu em terra durante testes de motor. A Starship tem dois elementos, ambos projetados para serem reutilizáveis — um propulsor de primeiro estágio chamado Super Heavy e uma nave espacial de estágio superior de 52 metros de altura que deverá ajudar a humanidade a colonizar a Lua e Marte.