Por anos, a protetora de animais Agu Volpato, que atua na Argentina, tentou se aproximar de uma vira-lata arisca que vivia em um lixão e fugia sempre que via um humano. Foram muitas tentativas frustradas, até que a paciência e a perseverança tornaram possível o que parecia impossível: o resgate definitivo da cadela — agora chamada Serena — e de seus 11 filhotes. Assista ao vídeo.
Leia também
-
Após morte da tutora, cadela emociona ao reencontrar manta da idosa
-
Vídeo: com saudades, cadela tenta invadir sala de tutora pela janela
-
Cadela abandonada em calor de 50ºC protege filhotes de forma inusitada
-
Cadela se emociona ao rever único filhote sobrevivente em hospital
Durante muito tempo, Agu acopanhou a rotina da pet e até conseguiu salvar outros filhotes do animal, encaminhando-os para adoção após castração. Mas a mãe, assustada e arisca, escapava de todas as tentativas de aproximação. Seu comportamento era reflexo de traumas acumulados e da constante exposição a ambientes hostis.
Foi preciso respeitar os limites da cadela, observar de longe e esperar o momento certo. “Ela foi desejada por tanto tempo, procurada com tanto amor, que a vida não teve escolha a não ser nos entregá-la”, relembra Agu em legenda de post do Instagram.
Um resgate no tempo certo
Nos meses anteriores ao resgate, Agu passou a monitorar Serena com mais intensidade e percebeu que ela estava prenha. Mesmo grávida, a cadela seguia veloz.
Até que, em uma manhã de julho, a protetora recebeu um aviso: uma cadela havia sido vista com filhotes a cerca de 5 km do local onde Serena costumava circular. A experiência da protetora falou mais alto, e ela logo reconheceu que poderia ser “a sua” vira-lata.
Agu foi até o local indicado, se escondeu e esperou. Não demorou até que avistasse Serena abrigada dentro de um tronco de árvore — junto com 11 filhotes recém-nascidos. “Quando vimos, não podíamos acreditar. Era um sonho se realizando”, conta.
Com movimentos cuidadosos, Agu se aproximou, segurou Serena pelo pescoço com firmeza e a colocou em segurança. Em seguida, rastejou até o tronco e resgatou, um a um, os pequenos filhotes, garantindo que todos ficassem a salvo.
A mãe, desta vez, não resistiu e aceitou ser acolhida. Com os filhotes tão pequenos, ela não tentou fugir — apenas quis protegê-los. E foi justamente esse instinto que permitiu que o resgate acontecesse sem traumas.
Novo começo para a família canina
Hoje, os filhotes estão saudáveis, abrigados e já foram adotados por famílias amorosas. Receberam os cuidados necessários desde os primeiros dias: alimentação adequada, acompanhamento veterinário e muito carinho, o que será essencial para sua socialização.
Serena, por outro lado, ainda tem um destino em aberto. Segundo Agu, seu temperamento fechado e o histórico de rejeição ao contato humano tornam incerta sua adaptação a um lar convencional. Por enquanto, ela segue sob os cuidados da protetora, em um ambiente seguro e com tempo para aprender a confiar. “Foi aqui que terminou o ciclo de sofrimento”, afirma Agu, aliviada.