A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) emitiu uma nota de repúdio sobre a polêmica envolvendo a oitiva secreta do delegado Bruno Bergamaschi na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A entidade afirmou que “repudia veementemente qualquer tentativa de intimidação dirigida a delegados da Polícia Federal convidados/convidados a depor ou prestar declarações na CPMI do INSS”.
“Como as investigações ainda estão em andamento, a publicização detalhada do caso pode prejudicar a efetividade de fases futuras e ocasionar a perda de relevante material probatório. O compromisso na manutenção da efetividade investigativa não deve ser enxergado como afronta ao Parlamento ou à CPMI e o delegado de polícia não pode sofrer ameaças de prisão por isso”, declarou a ADPF.
Bergamaschi participou da comissão na quinta-feira (28/8), mas se recusou a responder perguntas sobre as investigações a respeito dos descontos ilegais nas aposentadorias, o que gerou desentendimento com o relator, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL).
O delegado obteve um habeas corpus expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça que o autorizava a falar apenas dos fatos já publicizados e a não responder todas as perguntas.
Logo após o encontro que ocorreu a portas fechadas, circularam informações de que o relator ameaçou dar voz de prisão ao delegado da PF. O deputado, porém, negou. “O que houve foram esclarecimentos sobre o que é ou não sigiloso”, afirmou Alfredo Gaspar.