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    Azul confirma fim das operações em 14 cidades do Brasil. Saiba quais

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    A Azul, uma das três principais companhias aéreas do Brasil, confirmou que encerrou suas operações em 14 cidades e cortará 53 rotas consideradas de menor rentabilidade.

    As mudanças fazem parte do processo de reestruturação interna da empresa, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos desde maio deste ano.

    Inicialmente, havia sido divulgado que a companhia aérea encerraria as operações em 13 cidades, mas o número foi atualizado.

    Veja as cidades atingidas

    Ceará
    Crateús
    São Benedito
    Sobral
    Iguatú

    Rio de Janeiro
    Campos dos Goytacazes

    Santa Catarina
    Correia Pinto
    Jaguaruna

    Rio Grande do Norte
    Mossoró

    Piauí
    São Raimundo Nonato
    Parnaíba

    Goiás
    Rio Verde

    Maranhão
    Barreirinha

    Mato Grosso do Sul
    Três Lagoas

    Paraná
    Ponta Grossa

    Segundo a Azul, o objetivo é concentrar as operações nos principais “hubs” da empresa – os aeroportos de Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e de Recife – e depender menos de conexões.

    No setor de aviação, são chamados de “hubs” os aeroportos que funcionam como ponto central para uma companhia aérea, onde os passageiros se conectam entre diferentes voos para chegar a seus destinos finais.

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    Outras mudanças

    Em meio à reestruturação, a Azul também deve diminuir o número de destinos por cidade e também sua operação sazonal, reduzindo voos para Paris (França) no inverno e suspendendo novos voos em Orlando (EUA).

    A estimativa da companhia é a de que as decolagens diárias passem das atuais 931 para 836 – uma redução de 10,2%.

    Em apresentação institucional divulgada neste mês, a Azul informou ainda que deve realizar mudanças “no produto a bordo”, substituindo refeições por “boxes” para café da manhã e lanches.

    O que diz a Azul

    Em nota encaminhada ao Metrópoles, a Azul afirmou que “reavalia constantemente as operações em suas bases, como parte de um processo normal de ajuste de oferta e demanda”.

    A companhia diz ainda que “promoveu ajustes em sua malha, anunciados no começo do ano e já realizados, com o encerramento das operações em 14 bases desde março”.

    “A Azul está, ainda, otimizando, desde julho, rotas operadas atualmente, de forma gradativa, em um processo normal de adequação da malha, inclusive para novos voos que serão implantados na alta temporada”, diz o texto. “Os ajustes levam em consideração, ainda, uma série de fatores que vão desde o aumento nos custos operacionais da aviação, impactados pela crise global na cadeia de suprimentos e a alta do dólar, até questões de disponibilidade de frota, bem como o seu atual processo de reestruturação.”

    Por fim, a Azul afirma que “todos os clientes impactados pelas mudanças receberam a assistência necessária”.

    Recuperação judicial nos EUA

    No fim de maio, a Azul anunciou que havia entrado com um pedido de recuperação judicial nos EUA, por meio do chamado Chapter 11 – mecanismo jurídico que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras.

    A empresa optou pelos EUA por considerar a legislação do país mais flexível e também porque a maioria de seus credores é estrangeira – e grande parte dos contratos com os fornecedores têm como foro o estado de Nova York.

    A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários. Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação. Trata-se, basicamente, de uma tentativa de evitar a falência.

    Segundo a Azul, o processo envolve US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, além de US$ 950 milhões em possíveis novos aportes de capital no momento de saída da recuperação judicial.

    Em julho, a Azul recebeu sinal verde da Justiça norte-americana para todas as demandas apresentadas a um tribunal local relativas ao plano de reestruturação financeira da companhia aérea.

    “A aprovação dos pedidos, que já havia sido concedida interinamente na audiência de ‘Primeiro Dia’, garante a continuidade do processo, como planejado pela companhia, na trajetória rumo a uma reestruturação bem-sucedida”, informou a Azul, na época.