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    Braskem confirma conversas sobre venda de ativos nos Estados Unidos

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    A Braskem confirmou, na última sexta-feira (8/8), que está em tratativas sobre a possível venda de ativos nos Estados Unidos. As conversas estão acontecendo com a Unipar, com a qual a petroquímica assinou um acordo de confidencialidade no mês passado.

    De acordo com comunicado da Braskem ao mercado, as negociações tratam de “potenciais oportunidades envolvendo ativos e/ou participações societárias da companhia e de suas subsidiárias”.

    A informação a respeito da negociação entre Braskem e Unipar foi divulgada inicialmente pelo jornal O Globo. A petroquímica estaria negociando a venda de unidades industriais de produção de polipropileno nos estados do Texas, da Pensilvânia e da Virgínia Ocidental, nos EUA.

    A negociação vem sendo liderada pela Novonor (antiga Odebrecht), que é a acionista controladora e possui 50,1% do capital votante da Braskem. A Petrobras, por sua vez, tem 47%.

    No início de julho, a Braskem informou que a Novonor comunicou à empresa que a NSP Investimentos e o fundo de investimento Petroquímica Verde pediram autorização ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para uma negociação envolvendo as ações da Novonor na petroquímica.

    A NSP é uma holding da Novonor, que possui participação na Braskem. Já a Petroquímica Verde é um fundo de investimento do empresário Nelson Tanure. Em maio deste ano, a Braskem já havia informado que a Novonor tinha recebido uma proposta de Tanure para a compra da fatia de controle que a companhia detém na petroquímica.

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    Petrobras reage

    A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, criticou o que chamou de “completa independência” da Braskem em relação às discussões sobre a eventual venda de ativos nos EUA.

    “Na empresa, cada ativo trabalha por si, sem se relacionar com a diretoria colegiada que define os rumos. A gente não concorda. Precisamos exercer mais poder na Braskem”, disse Chambriard, em entrevista a O Globo.

    “Queremos exacerbar as sinergias entre Petrobras e Braskem. Não é útil para a gente uma Braskem independente demais, porque a gente perde essa sinergia. E, perdendo sinergia, você deixa dinheiro sobre a mesa”, completou a presidente da estatal.

    O que diz a Unipar

    Também por meio de nota, a Unipar confirmou a assinatura do acordo de confidencialidade com a Braskem para avaliar a viabilidade de aquisição de ativos.

    “A companhia informa que está constantemente avaliando oportunidades e alternativas para investimentos e aquisições de participações societárias ou de ativos”, diz a empresa.

    A Unipar ressaltou, no entanto, que não há nenhuma definição sobre os ativos ou participação que poderiam fazer parte da operação. A companhia afirmou ainda que, até o momento, não foram firmados documentos relacionados à transação.

    Ações da Braskem

    Após a confirmação da Braskem sobre a avaliação em torno da possível venda de ativos, as ações da petroquímica negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3) fecharam o pregão de sexta-feira em alta firme.

    Os papéis da empresa terminaram a última sessão da semana com valorização de 4,41%, cotados a R$ 8,76.