A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou na sessão desta terça-feira (19/8) que a “má vontade (de TREs) é óbvia com a presença de mulheres”. A ministra comentou uma questão de ordem do ministro André Mendonça sobre a data em que deveria começar a valer a resolução que trata de lista tríplice exclusivamente feminina para a escolha de juízes.
Na questão de ordem, a análise se deu sobre a validade da regra da lista feminina para a escolha de juiz efetivo do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).
André Mendonça defendeu que a regra só deve valer após a publicação, em 11 de março. Por isso, não se aplicaria à atual lista do TRE-RJ. Ele foi acompanhado pelos outros ministros, que acabaram por validar uma lista na totalidade masculina para a vaga no Rio de Janeiro.
A regra de lista feminina só valerá para a próxima escolha de juiz titular do TRE. Nesse contexto, Cármen afirmou que “muitos TREs esperam apenas sua saída” para deixar de aplicar a regra: “A má vontade é óbvia”. Veja vídeo:
A ministra também fez uma brincadeira com o ministro Nunes Marques, próximo presidente da Corte, a partir de 2026, de que ele sempre divergia dela em seus votos. Depois, ela se reatratou. Disse que era uma brincadeira.
No fim da sessão, Cármem ressaltou que as decisões do TSE são colegiadas e que, em absoluta voz, há listas para mulheres. A ministra afirmou, ainda, que se explicava, porque, “nos dias atuais, até o silêncio é mal interpretado”.