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Caso Carmen: suspeito confessou morte de estudante trans desaparecida

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Caso Carmen: suspeito confessou morte de estudante trans desaparecida

Um dos suspeitos presos pelo desaparecimento da estudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, confessou à polícia que ela está morta. O homem, contudo, não confirmou ter participado do crime. Ela foi vista pela última vez em 12 de junho, ao sair da aula da faculdade em Ilha Solteira, no interior de São Paulo.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) não informou se a confissão foi feita por Marcos Yuri Amorim, ex-namorado da vítima, ou por Roberto Carlos Oliveira, policial militar ambiental da reserva que teria um caso com Yuri. Os dois estão presos desde 10 de julho, sob suspeita de feminicídio.

De acordo com Lucas de Oliveira Alves, irmão de Carmen, a confissão foi feita por Roberto. Ele teria dito à polícia que, quando chegou ao local do crime, a estudante já estava morta, caída no chão. Yuri, por outro lado, nega participação no homicídio.

O celular de Carmen foi encontrado em uma área de mata em Ilha Comprida, e agora a Polícia Civil estuda como fazer uma reconstituição do crime. Para os investigadores, ainda segundo Lucas, a participação de Yuri é certa – basta saber como o feminicídio foi cometido.

Buscas seguem sendo feitas para localizar a bicicleta e o corpo de Carmen. As prisões temporárias dos suspeitos, ainda não convertidas em preventivas, têm sido prorrogadas para o andamento das investigações.

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Sem respostas por quase 29 dias, amigos e familiares de Carmen iniciaram movimentos de buscas nas redes sociais

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A jovem desapareceu após fazer uma prova do curso de zootecnia, no dia 12 de junho, quando foi vista pela última vez, na saída do Campus Ilha Solteira da Unesp

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Carmen era uma pessoa alegre e bem vista na comunidade, que não apresentava nenhum indício de tristeza antes do desaparecimento

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Entenda o caso

Luto

Próximo de completar dois meses do desaparecimento de Carmen, a família da estudante está se conformando com o caso, encontrando forças para seguir em frente com o passar dos dias. Apesar disso, o tempo não diminui a dor.

“A minha família está destruída, está péssima. Eles estão tentando se reerguer aos poucos”, disse Lucas.

O jovem afirma que “sempre vai existir um buraco na família”, com o qual os familiares devem aprender a lidar ao longo dos anos. “O combustível para tudo isso é uma sede por justiça, por fazer que esse caso tenha um desfecho, que os culpados paguem e que ela consiga descansar”, destacou o irmão.

Lucas pede que o nome de Carmen se torne sinônimo de justiça. “Que não aconteça com outras pessoas, com outras mulheres trans pretas, o que aconteceu com ela. Então, a gente vai lutar por isso até o fim, por mais que seja desgastante e difícil, esse é o nosso foco agora”, declarou ao Metrópoles.

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Exposição de arte exalta vida de Carmen

Após o desaparecimento de Carmen, a família encontrou um caderno de poesias escritas pela estudante. Os familiares reuniram os textos a fotografias de Carmen já exibidas em uma exposição da Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde ela estudava, em 2019.

Com as poesias e as fotografias, além de pertences pessoais e outros escritos, amigos e familiares organizaram a exposição “Na pele de Carmen”, no Centro Cultural de Ilha Solteira.

“É uma exposição bem sensorial. Você consegue ver e ouvir. É como se você estivesse na cabeça dela”, disse o irmão.

A homenagem foi inaugurada em 26 de julho e estará aberta à visitação até o dia 12 de agosto, quando completa dois meses que a estudante foi vítima pela última vez.

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