O caso de Samira Khouri, médica de 27 anos brutalmente agredida em Santos pelo então namorado, o fisiculturista Pedro Camilo Garcia Castro, de 24, no dia de seu aniversário, reacendeu o debate sobre violência contra a mulher no Brasil.
A jovem sofreu fratura no crânio, múltiplas lesões na face e perdeu 50% da visão de um dos olhos. Além disso, ficou com parte do rosto paralisado e hoje depende do apoio da mãe até mesmo para andar. O caso foi um dos destaques do Fantástico de domingo (24/8).
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Na audiência de custódia, o agressor tentou justificar o crime alegando uso de anabolizantes, remédios controlados, além de transtornos como ansiedade, bulimia e depressão. A defesa, porém, não convenceu e ele continua preso.
Especialistas opinam
Após a repercussão do caso, a advogada Ingryd Souza falou sobre o caso: “É preciso ser muito claro: nada justifica a violência. A lei não abre espaço para desculpas desse tipo. Transtornos emocionais, uso de substâncias ou qualquer outro fator não anulam a responsabilidade de quem comete uma agressão”, afirmou.
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Ciúmes de amigo gay motivou agressões contra médica espancada por ex-namorado
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Momento em que fisiculturista sai do prédio onde agrediu namorada
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Pedro Camilo Garcia Castro, 24 anos
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E prosseguiu: “O que vimos neste caso é um crime brutal que trouxe sequelas irreversíveis a uma jovem com um futuro promissor. Por isso, a Justiça deve ser firme. Não se trata apenas de punir um agressor, mas de dar um recado para a sociedade de que a violência contra a mulher não será tolerada”, declarou.
Alerta para outras mulheres
A especialista também destacou que o caso de Samira Khouri deve servir como alerta para que outras vítimas não permaneçam em silêncio: “Muitas mulheres vivem relacionamentos abusivos, mas têm medo de denunciar. O silêncio, porém, alimenta o ciclo da violência”, opinou, antes de completar:
“É fundamental que o Estado ofereça proteção efetiva e que a sociedade não relativize esses episódios. Quando um agressor tenta justificar a violência com problemas pessoais, precisamos lembrar que quem paga o preço é sempre a vítima. O sofrimento da mulher não pode ser apagado por desculpas”, analisou.
Pedido de mais rigor
De acordo com Ingryd Souza, o episódio evidencia a urgência de políticas públicas mais eficazes de combate à violência doméstica e reforça a importância da denúncia. Para ela, este é um ponto de virada:
“O caso da Samira não pode ser apenas mais um nas estatísticas. Ele precisa ser um marco para que autoridades, legisladores e a própria sociedade compreendam que estamos diante de uma epidemia de violência de gênero. O Brasil não pode mais fechar os olhos”, encerrou.