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    Clínica onde incêndio matou cinco homens no DF funcionava sem alvará

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    O Instituto Terapêutico Liberte-se, onde um incêndio matou cinco pessoas e deixou 11 com sintomas de intoxicação por fumaça, funcionava sem alvará. As chamas consumiram a casa na madrugada deste domingo (31/8), no Paranoá (DF), onde havia dependentes químicos em recuperação.

    O proprietário e diretor da clínica, Douglas Costa de Oliveira Ramos, 33 anos, confessou em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que solicitou o alvará, mas a autorização não foi expedida ainda. O instituto também não obteve aprovação de licenciamento do Corpo de Bombeiros, que sequer fez a vistoria no local.

    A clínica clandestina funcionava há cinco meses, segundo o dono. O tratamento oferecido consistia na internação de dependentes químicos por seis meses, com visitas mensais e ligações semanais.

    Veja imagens feitas após o incêndio:

    4 imagensA casa de recuperação atingida por um grave incêndio fica no Paranoá  Cinco pessoas morreram em um incêndio em uma casa de recuperação para dependentes químicos  no DFClínica de reabilitação onde morreram cinco pessoasFechar modal.1 de 4

    Além das cinco vítimas fatais, o incêndio em uma casa de recuperação também deixou 11 pessoas intoxicadas

    Divulgação / CBMDF2 de 4

    A casa de recuperação atingida por um grave incêndio fica no Paranoá

    Divulgação / CBMDF3 de 4

    Cinco pessoas morreram em um incêndio em uma casa de recuperação para dependentes químicos no DF

    Divulgação / CBMDF4 de 4

    Clínica de reabilitação onde morreram cinco pessoas

    Francisco Dutra/Metrópoles

    Testemunhas contaram que os internos tiveram dificuldade de deixar o local quando as chamas tomaram de conta da casa porque a residência estava trancada com cadeado e tinha janelas com grades de ferro.

    Funcionário do instituto, Sérgio Rodrigo Rodrigues Gomes, 38, disse à polícia ter recebido a chave do cadeado da porta de acesso principal de um outro empregado.

    No depoimento, Gomes revelou que o fogo já havia se alastrado pelo ambiente de forma intensa e que o cadeado estava muito quente, chegando a queimar a mão dele.

    O homem contou que, “após muita dificuldade”, conseguiu liberar a porta. Ele disse que arrombou grades e quebrou vidros das janelas para retirar algumas pessoas. O Instituto Terapêutico Liberte-se tinha 46 internos.

    A causa do incêndio ainda não foi revelada. A PCDF investiga o caso.

    A reportagem acionou a Administração Regional do Paranoá a respeito do pedido de alvará de funcionamento e aguarda retorno.

    Feridos

    O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) informou que encontrou corpos de cinco homens durante a etapa de rescaldo, etapa na qual os profissionais eliminam os focos remanescentes para evitar novo incêndio.

    Outras 11 pessoas foram levadas a hospitais próximos da região com sintomas de intoxicação por inalação de fumaça.

    Os feridos têm entre 21 e 55 anos. Somente as iniciais e a idade foram divulgadas. Veja:

    D.S., 24 anos;
    L.G., 21 anos;
    L.S., 21 anos;
    M.D., 28 anos;
    J.G.S.J., 30 anos;
    R.S., 44 anos;
    M.S., 24 anos;
    E.G.S., 33 anos;
    R.F.M., 33 anos;
    G.S.D.S.Q., 34 anos; e
    R.Q., 55 anos.