O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), irá participar do jantar organizado pelo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, com governadores da centro-direita na noite desta terça-feira (19/8), em Brasília. O encontro acontece após a criação da federação União-Progressista e deve discutir o apoio da nova sigla nas eleições de 2026.
Estarão presentes os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Os quatro são os principais cotados para herdar o espólio político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Caso Tarcísio decida concorrer à Presidência, o que ele tem negado, o nome de Ricardo Nunes aparece como um dos cotados na disputa ao governo de São Paulo. Ao Metrópoles, contudo, o prefeito negou que a ida esteja relacionada a conversas de apoio ao seu nome e disse que não será candidato no ano que vem.
O mesmo discurso vem sendo repetido por Tarcísio, que reafirmou ser candidato à reeleição durante um culto na Igreja Lagoinha de Alphaville, na noite dessa segunda-feira (18/8).
Apesar disso, os políticos indicam que podem mudar de ideia. Em sua fala na convenção Secovi, nesta terça-feira (19/8), Nunes comparou Tarcísio aos demais pré-candidatos.
“Com todo respeito ao Caiado, ao Ratinho, e ao Zema, o Tarcísio é nossa fonte de inspiração. O Tarcísio é aquilo que a gente tem como referência de uma pessoa correta, técnica, dedicada, preparada”, disse Nunes.
Conforme mostrou o Metrópoles, o prefeito conversa nos bastidores sobre a possibilidade de compor uma chapa com o ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido) para disputar a sucessão ao governo paulista — Nunes nega essa articulação. Ele também busca aproximação com o campo bolsonarista e participou da manifestação em defesa de Bolsonaro no início do mês, que ocorreu sem a presença de Tarcísio.
Jantar de Rueda
O encontro com os presidenciáveis de direita reforça a busca de Antonio Rueda (União) e Ciro Nogueira (PP) por um candidato de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para as eleições de 2026.
Os presidentes da recém-criada federação União-Progressistas têm aumentado as críticas ao governo Lula, apesar de os partidos comandarem três ministérios na gestão petista. A cúpula das legendas deverá debater nos próximos dias se deve ou não continuar no governo.
Tarcísio irá à Brasília ainda no início da tarde para convenção partidária do União Progressista. Já Nunes participa somente do jantar.
Carlos Bolsonaro ataca governadores
As articulações a respeito de uma chapa de direita sem Bolsonaro tem enfrentado ataques de integrantes da família do ex-presidente. Sem citar nomes, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) criticou o que chamou de “governadores democráticos” que “se comportam como ratos” pelo espólio do ex-presidente.
“A verdade é dura: todos vocês se comportam como ratos, sacrificam o povo pelo poder e não são em nada diferentes dos petistas que dizem combater. Limitam-se a gritar ‘fora PT’, mas não entregam liderança, não representam o coração do povo. Querem apenas herdar o espólio de Bolsonaro, se encostando nele de forma vergonhosa e patética”, disse Carlos Bolsonaro nas redes sociais.
A publicação se deu um dia depois de Romeu Zema lançar a sua pré-candidatura à Presidência pelo Novo e foi repostada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos articulando sanções contra autoridades brasileiras em retaliação pelo julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado.
Um mês antes, Eduardo também subiu o tom c0ntra Tarcísio depois que o governador paulista tentou negociar o tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos sem mencionar a anistia. Depois, porém, Eduardo foi desautorizado pelo pai e teve que recuar nas críticas a Tarcísio.