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Crime da 113 Sul faz 16 anos às vésperas de julgamento decisivo no STJ

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Crime da 113 Sul faz 16 anos às vésperas de julgamento decisivo no STJ

Na noite de 28 de agosto de 2009 , o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a esposa dele, a advogada Maria Villela, e a governanta do casal, Francisca Nascimento, foram brutalmente assassinados no que ficou conhecido como crime da 113 Sul. A tragédia marcada por reviravoltas e erros completa 16 anos nesta quinta-feira (28/8), com quatro condenados em um longo processo que terá um capítulo decisivo na próxima semana.

Na terça-feira (2/9), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai analisar a condenação da arquiteta Adriana Villela como mandante da morte dos pais pelo tribunal do júri. Em 2019 – 10 anos após o crime – ela foi condenada  a 67 anos e 6 meses de prisão, no julgamento considerado o mais longo da história do Distrito Federal, com duração de 10 dias.

O que o STJ pode decidir:

Adriana chegou a ficar 19 dias presa, mas foi solta pela ausência de antecedentes criminais e por ter comparecido a todas as audiências. Em 2022, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) rejeitou, em segunda instância, o pedido de anulação do julgamento e diminuiu a pena da ré para 61 anos e 3 meses de reclusão, além do pagamento de 17 dias-multa.

Desde então, a defesa da acusada tem recorrido das decisões, e ela responde ao processo em liberdade. Em um processo que se arrasta em idas e vindas, fruto de uma investigação marcada por erros, como o apoio de uma vidente para ajudar a Polícia Civil do Distrito Federal. Relembre o caso e veja os desdobramentos possíveis do crime.

O crime

Os assassinatos aconteceram no apartamento da cobertura do Bloco C da 113 Sul, quadra em área nobre da capital federal. O casal Villela e a empregada da família foram assassinados em uma sexta-feira, mas os corpos só foram encontrados na segunda-feira, em 31 de agosto. A neta, Carolina Villela, desconfiou da ausência do avô no escritório da família e foi verificar o que aconteceu. Ao entrar no apartamento, viu os corpos dos avós no chão com mais de 70 facadas.

Desde então, o país acompanhou os desdobramentos da história, que expôs fragilidades nas investigações, ficou marcada por julgamentos cinematográficos.

Veja a linha do tempo: 

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Linha do tempo do Crime da 113 Sul

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Ao longo das investigações, a polícia identificou três suspeitos: Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio; Paulo Cardoso Santana, sobrinho do ex-porteiro; e Francisco Mairlon, suposto comparsa de Leonardo. O trio denunciou Adriana como a mandante dos homicídios.

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Para o Ministério Público, o crime foi cometido devido a desavenças financeiras entre a filha e os pais. O ex-porteiro do Bloco C da 113 Sul foi acusado de receber dinheiro da arquiteta para simular um assalto na casa da família, antes de matar as vítimas a facadas. Leonardo acabou condenado a 60 anos de prisão; Paulo a 62 anos; e Francisco Mairlon, a 55. Os três continuam presos.

Ouça podcast do Metrópoles sobre as investigações do Crime da 113 Sul

A defesa de Adriana, contudo, alega que ela é inocente; que o crime foi um latrocínio e que as investigações falharam ao não considerar os álibis da arquiteta que a deixariam distante do local do crime no fatídico dia.

Relembre os passos processuais do caso:

Pedido de prisão imediata

Em outubro de 2024, após a publicação do acórdão da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que validou a execução imediata de pena imposta por Tribunal do Júri a condenados, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) requereu a mesma medida para Adriana.

Porém, o pedido foi inicialmente protocolado no TJDFT. Em novembro de 2024, a Corte declinou a competência para o STJ.

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