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    De motociata a prisão domiciliar: relembre a última semana de Bolsonaro

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    A determinação da ordem de prisão do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (4/8) foi precedida, nos últimos dias, por apreensão e uma série de manifestações em apoio a ele e de ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, autor da ordem de prisão.

    Bolsonaro foi a uma motociata pelas ruas de Brasília na terça-feira (29/7) com aliados. Também participaram do ato, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro; a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP); e o filho 01 do ex-mandatário, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

    A obrigatoriedade de uso de tornozeleira e restrição dos horários para sair de casa a Bolsonaro foram estabelecidas pelo ministro Moraes em 18 de julho deste ano. O ministro do STF argumentou que o ex-presidente teria praticado coação, obstrução e atentado à soberania do Brasil.

    Na quarta-feira (30/7), Bolsonaro se pronunciou sobre a imposição, pelos Estados Unidos, de sanções a Moraes, por meio da Lei Magnitsky. O ex-presidente foi questionado por jornalistas ao deixar a sede do PL, em Brasília. Ele, então, respondeu: “Não tenho nada com isso”.

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    Ainda na quarta-feira, ao divulgar a ordem que oficializou o tarifaço ao Brasil, Trump citou nominalmente Bolsonaro como suposta vítima de perseguição política.

    Na quinta-feira (31/7), a Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal negou pedido do ex-presidente que o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) fosse condenado a indenizá-lo por danos morais e, ainda, realizar, uma retratação pública. Bolsonaro processou Boulos por apontá-lo como mentor do assassinato da vereadora Marielle Franco.

    Manifestações em prol de uma anistia ao ex-presidente foram realizadas no domingo. Os organizadores divulgaram que foram marcados atos em 62 cidades do Brasil no domingo (3/8). Impedido de comparecer aos eventos por medidas cautelares impostas por Moraes, Bolsonaro acompanhou os atos por chamada de vídeo.

    Na sexta-feira (1º/8), o Instituto Datafolha divulgou uma pesquisa na qual revelou que 51% dos brasileiros duvidavam que Bolsonaro iria para a cadeia. Outros 40% disseram que ele iria para a prisão.

    Motivos da prisão

    Bolsonaro é réu no STF no âmbito do inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado para que ele fosse mantido no poder, mesmo após o resultado do pleito. As eleições de 2022 sagraram o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencedor.

    Na decisão que determina a prisão do ex-presidente, Moraes argumenta que houve o descumprimento de medidas cautelares que haviam sido estipuladas anteriormente.