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Dólar sobe com pesquisa favorável a Lula e cartão de crédito de Moraes

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Dólar sobe com pesquisa favorável a Lula e cartão de crédito de Moraes

Fortes oscilações marcaram os mercados de câmbio e de ações nesta quinta-feira (21/8) no Brasil. Ao final das sessão, porém, o dólar registrou leve alta de 0,11% em relação ao real, cotado a R$ 5,479. Na Bolsa brasileira (B3), o Ibovespa fechou em queda de 0,12%, aos 134.510. Por serem pequenas, as duas variações indicam estabilidade dos números.

Nos cenários interno e externo, no entanto, houve fartura de notícias para agitar os dois indicadores. E foi o que ocorreu. No primeiro caso, uma nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, apresentou um bom desempenho do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na corrida presidencial de 2026. Lula liderou o levantamento em todos os cenários de primeiro e segundo turnos, vencendo Jair e Michelle Bolsonaro (PL), além de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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Além disso, o mercado reagiu à informação de que o Banco do Brasil bloqueou o cartão de crédito do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso como resultado das sanções previstas na Lei Magnitsky, aplicadas contra Moraes pelo governo do presidente americano, Donald Trump, em 30 de julho.

Ambiente externo

No quadro externo, o número de pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos surpreendeu os analistas. Ele registrou o maior aumento em três meses.

O dado apresentou um sinal de que as demissões podem estar aumentando como resultado de um enfraquecimento do mercado de trabalho nos EUA. Tal fato pode ser interpretado de duas maneiras pelo mercado.

Duas interpretações

Uma delas: essa perda de fôlego pode favorecer uma queda da taxa de juros do país em setembro. O corte é bem-vindo sob o ponto de vista do mercado mundial. A outra leitura, contudo, é negativa. Ela indicaria que a economia americana pode estar se aproximando de um ponto crítico de estrangulamento, o que levaria a uma eventual recessão.

Em contrapartida, outra informação mostrou que a atividade empresarial dos Estados Unidos acelerou em agosto. Ela foi liderada pelo ressurgimento do setor industrial com o maior crescimento das encomendas em 18 meses, segundo uma pesquisa de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), divulgada nesta quinta-feira.

Dados mistos

Na avaliação de Anderson Silva, líder de renda variável e sócio da GT Capital, os dados vindos dos EUA mostraram sinais mistos. “O PMI composto subiu para 55,4 em agosto, mostrando que a economia americana segue em expansão, principalmente no setor de serviços, que continua muito forte”, diz. “Isso reforça a visão de que os EUA ainda têm crescimento para entregar.

Por outro lado, diz Silva, os pedidos iniciais de seguro-desemprego vieram em 235 mil, acima do esperado, mostrando um mercado de trabalho um pouco mais fraco. “Com isso a economia segue aquecida no agregado, mas já começa a dar sinais de perda de ritmo em algumas áreas”, afirma.

Avaliação interna

Na avaliação de Anderson Silva, líder de renda variável e sócio da GT Capital, os dados vindos dos EUA mostraram sinais mistos. “O PMI composto subiu para 55,4 em agosto, mostrando que a economia americana segue em expansão, principalmente no setor de serviços, que continua muito forte”, diz. “Isso reforça a visão de que os EUA ainda têm crescimento para entregar.

Por outro lado, diz Silva, os pedidos iniciais de seguro-desemprego vieram em 235 mil, acima do esperado, mostrando um mercado de trabalho um pouco mais fraco. “Com isso a economia segue aquecida no agregado, mas já começa a dar sinais de perda de ritmo em algumas áreas”, afirma.

Por aqui, acrescenta o especialista, o dólar continua em alta, mas não como resultado dos dados dos EUA. “O movimento está muito mais ligado às nossas questões internas como preocupação fiscal, instabilidade política e o atrito comercial com os americanos”, diz. “Acredito que esses fatores vêm pesando bem mais no câmbio do que o cenário externo.”

Bancos e Lula

Silva observa que o Ibovespa, que na véspera fechou “levemente positivo”, demonstrou nesta quinta-feira “sinal de fraqueza com baixíssimo fluxo”. “E com o investidor estrangeiro cauteloso, e sem esse suporte, o mercado local fica mais frágil”, afirma.

“E falando em bancos, mais um dia muito difícil para o setor e esse movimento tem muito a ver com o ambiente geral de incerteza, mas também com o receio de sanções e multas que podem vir de fora”, acrescenta Silva. “A pesquisa Quaest, mostrando Lula à frente e vencendo em cenários de segundo turno, também está no radar porque o mercado lê isso como sinal de continuidade da agenda atual, com todos os desafios fiscais que já conhecemos.”

Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, as dúvidas sobre o comportamento dos juros nos EUA têm mantido os “investidores cautelosos”, Mas fatores locais — como a arrecadação federal mais forte e o apoio das commodities — ofereceram “algum espaço de alívio para o real em uma sessão de liquidez reduzida”.

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