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    Dono da Ultrafarma, preso por corrupção, se casou na Tailândia em 2024

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    O empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, preso nessa terça-feira (12/8) em uma operação do Ministério Público de São Paulo, casou-se com a esposa Sai Ponjan em abril do ano passado, em Bangkok, capital da Tailândia. Os dois já estavam juntos havia oito anos.

    A cerimônia, tipicamente tailandesa — nacionalidade da noiva — foi realizada por monges budistas. O filho do casal, na ocasião com 8 anos, participou da festa. O ex-jogador e ex-técnico da Seleção Brasileira Dunga foi um dos convidados. Veja fotos: 

    9 imagensSidney Oliveira e Sai PonjanFesta foi tipicamente tailandesaCerimônia foi realizada por monges budistasCasamento com tailandesa é o segundo do empresárioSidney Oliveira e Sai Ponjan em ensaio fotográficoFechar modal.1 de 9

    Cerimônia foi realizada em abril de 2024

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    Sidney Oliveira e Sai Ponjan

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    Festa foi tipicamente tailandesa

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    Cerimônia foi realizada por monges budistas

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    Casamento com tailandesa é o segundo do empresário

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    Sidney Oliveira e Sai Ponjan em ensaio fotográfico

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    Noiva usou vários trajes diferentes ao longo da festa

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    Empresário e esposa em viagem internacional

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    Casal já estava junto há 8 anos quando se casou

     

    Oliveira foi preso na Operação Ícaro por suposto envolvimento em esquema de corrupção envolvendo fraude bilionária em créditos de ICMS.

    Entenda o caso

    • Os empresários Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, foram presos nessa terça-feira, por suposto envolvimento em um esquema de pagamento de propina ao auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, para obterem vantagens em créditos tributários de ICMS.
    • Segundo o MPSP, o fiscal usava uma empresa registrada no nome da sua mãe, uma professora aposentada de 73 anos de idade, para receber propina dos empresários.
    • Artur Gomes da Silva é supervisor da Diretoria de Fiscalização (Difis) da Fazenda estadual paulista e teria arrecadado cerca de R$ 1 bilhão em propina desde 2021, para manipular processos administrativos a fim de facilitar a quitação de créditos tributários às empresas.
    • Sidney Oliveira foi preso em uma chácara, em Santa Isabel, na Grande São Paulo. Mário Otávio Gomes foi detido na zona norte da capital, e Artur Gomes, em Ribeirão Pires.

    Duas semanas antes de ser preso por suspeita de pagar propina a um auditor fiscal da Receita Estadual para obter vantagens em créditos tributários, em um acordo homologado pela Justiça paulista no dia 29 de julho, ele confessou ter atuado em organização criminosa para cometer fraude fiscal e fez acordo de não persecução penal com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), no valor de R$ 31,9 milhões.

    O acordo assinado por Sidney Oliveira foi homologado pela Justiça paulista no dia 29 de julho, no âmbito das investigações que deram origem à Operação Monte Cristo, deflagrada em 2020 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, e pela Secretaria Estadual da Fazenda.

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    Trecho de acordo assinado por Sidney Oliveira, da Ultrafarma, com o MPSP, em maio de 205

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    Sidney Oliveira, dono da rede Ultrafarma

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    O empresário Sidney Oliveira

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    O empresário Sidney Oliveira

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    O empresário Sidney Oliveira

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    O empresário Sidney Oliveira

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    O empresário Sidney Oliveira

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    O empresário Sidney Oliveira

    Divulgação/Ultrafarma

    A ação mirou esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro por empresas do setor farmacêutico. Oliveira virou alvo de um inquérito aberto em 2023 e assinou, em maio deste ano, acordo com o Gaeco no qual se comprometeu a pagar quatro multas milionárias aplicadas pelo não pagamento de impostos no prazo de dois anos e submeter a Ultrafarma a um programa de compliance.

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    Operação Ícaro

    O cumprimento do acordo ocorreu apenas uma semana antes de Sidney Oliveira ter sido preso no âmbito de outra operação do MPSP, batizada de Ícaro e tocada por um setor diferente do órgão, o Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec).

    Outros alvos da operação foram Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop, e Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal suspeito de ter recebido R$ 1 bilhão em propina para operar o esquema dentro da Secretaria Estadual da Fazenda.

    O Metrópoles apurou que a nova operação pode colocar em risco o acordo de não persecução penal firmado anteriormente entre Oliveira e o MPSP. Os promotores do Gaeco do Vale do Paraíba não tinham conhecimento das investigações conduzidas pelo Gedec.

    De acordo com a apuração mais recente, o advogado Fernando Capez, que é ex-procurador de Justiça e ex-deputado, teria sido contratado pelo auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto para atuar na defesa de Sidney Oliveira — Capez nega.

    À reportagem o ex-deputado afirmou que quem o contratou foi uma empresa que presta assessoria jurídica para a Ultrafarma, sem revelar seu nome. “Nenhum fiscal”, disse o ex-deputado. “Recebi honorários licitamente e continuo advogando”, justificou.

    Em nota, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo informou que instaurou procedimento administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido e que solicitou formalmente ao MPSP o compartilhamento de todas as informações pertinentes ao caso.

    A pasta ainda disse estar à disposição das autoridades e que vai colaborar com os desdobramentos da investigação por meio de sua corregedoria.

    “A administração fazendária reitera seu compromisso com os valores éticos e justiça fiscal, repudiando qualquer ato ou conduta ilícita, comprometendo-se com a apuração de desvios eventualmente praticados, nos estritos termos da lei, promovendo uma ampla revisão de processos, protocolos e normatização relacionadas ao tema”, completa a nota.

    A Fast Shop afirmou que “ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação, e está colaborando com o fornecimento de informações às autoridades competentes”.

    Procurados pelo Metrópoles, Sidney Oliveira e Ultrafarma não se manifestaram. O espaço segue aberto.

    O Metrópoles entrou em contato com os demais citados, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.