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    Em risco de extinção, jacutingas são devolvidas à natureza em SP

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    Nesta quarta-feira (20), dez jacutingas foram devolvidas à natureza em São Francisco Xavier, no interior de São Paulo. A espécie corre risco de extinção, classificada como “em perigo” pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). A ave típica da Mata Atlântica desapareceu de grande parte do seu habitat natural devido às ameaças da caça predatória e do desmatamento.

    A ação faz parte do projeto Jacutinga, da ONG Save Brasil, que já soltou mais de 60 outras aves na região da serra da Mantiqueira.

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    O desaparecimento da espécie na região indica um cenário preocupante para a Mata Atlântica. A jacutinga é considerada essencial na regeneração do bioma e das fontes de água doce, por alimentar-se de diversos frutos nativos. 

    “Reintroduzir jacutingas é restaurar processos ecológicos que mantêm a floresta viva. Cada ave solta é um passo para reequilibrar a biodiversidade e o status de ameaça de uma espécie essencial para o futuro da Mata Atlântica”, afirma o diretor-executivo da Save Brasil, Pedro Develey.

    Reabilitação

    Antes de serem soltas, as aves moravam e estavam em reabilitação no Parque das Aves da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), no Rio de Janeiro. O processo se deu de forma gradual para que a espécie se adaptasse ao ambiente natural, por meio de uma técnica chamada de soft release.

    Enquanto estavam no período de reabilitação, as jacutingas participaram de treinamentos específicos. As aves aprenderam a identificar predadores, a se alimentar de frutos nativos do novo habitat e se movimentar com autonomia.

    Na natureza, as aves são monitoradas por meio de transmissores VHF, além da participação de moradores locais que ajudam no monitoramento. Segundo o diretor, os resultados do projeto são animadores.

    “O monitoramento mostra que estamos no caminho certo. As aves se adaptam, se deslocam por áreas maiores e interagem com outras jacutingas já soltas. Mais do que soltar, estamos reconstruindo uma população funcional na floresta”, completa.

    *Estagiário sob supervisão de Eduardo Luiz Correia