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Empresa suspeita de propina em SBC recebeu R$ 130 mi em várias cidades

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Empresa suspeita de propina em SBC recebeu R$ 130 mi em várias cidades

Uma empresa de medicamentos suspeita de pagar propina no esquema que levou ao afastamento do prefeito de São Bernardo do Campo (SBC), Marcelo Lima (Podemos), recebeu R$ 130 milhões referentes a contratos com diversas cidades paulistas no período de um ano, segundo a investigação da Polícia Federal (PF).

O prefeito foi alvo da Operação Estafeta, deflagrada pela PF na manhã dessa quinta-feira (14/8), e acabou afastado do cargo por determinação da Justiça de São Paulo. Lima é suspeito de participar de um esquema de corrupção envolvendo as secretarias de Obras e de Saúde do município do ABC paulista, e será monitorado por meio de tornozeleira eletrônica.

As investigações começaram no mês passado, a partir da apreensão de R$ 14 milhões em espécie, entre notas de reais e de dólares, no apartamento de Paulo Iran Paulino Costa, assessor parlamentar na Assembleia Legislativa (Alesp), apontado pela PF como operador financeiro do prefeito.

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Segundo a investigaçõ, Paulo Iran bancava, por meio de uma empresa, despesas pessoais da família do prefeito, como cartão de crédito, conta de telefone e até a faculdade de medicina da filha do político. Em conversas captadas entre o assessor e Marcelo Lima, eram usados códigos para tratar de supostas propinas de empresas, de acordo com a PF.

A Quality Medical Comércio e Distribuidora de Medicamentos foi uma das empresas que sofreram busca e apreensão autorizada pela Justiça, sob suspeita de pagar propina ao prefeito em troca de vantagens em contratos públicos.

De acordo com a PF, a empresa aparece “de forma proeminente nas conversas constantes no material apreendido” com Paulo Iran. O documento cita que, em apenas quatro meses, “foram verificados valores significativos referidos como ‘QUALITY’, totalizando R$ 666.691,00, R$ 230.000,00, R$ 642.534,00 e R$ 384.900,00”.

A PF cita que os sócios da empresa, Fellipe Fabbri e Caio Fabbri, também possuem uma holding que é proprietária de uma “vasta frota de veículos de luxo e embarcações”. A corporação lista uma Ferrari 296 GTS, de R$ 4,2 milhões, um Porsche 911 Turbo S, de R$ 2,1 milhões, um Porsche Cayenne, de R$ 1,4 milhão, além de outros modelos BMW, Volvo, motos aquáticas e lanchas.

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Dinheiro encontrado na casa de um servidor público

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Dinheiro em espécie na casa de um servidor público

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R$ 210 mil em espécie foram achados na casa do sócio de uma empresa de medicamentos

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PF fez apreensões de cédulas de dinheiro em uma empresa de medicamentos

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Quase R$ 2 milhçoes foram apreendidos na casa de um sócio de empresa de terraplanagem foi alvo de mandado de busca

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Pilhas de dinheiro achadas na casa do sócio de uma empresa de terraplanagem

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Relógios apreendidos na casa do sócio de uma empresa de exportação e importação

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Arma e munição apreendidas na casa do sócio de uma empresa de exportação e importação

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Arma e dinheiro apreendidos na casa do sócio de uma empresa de exportação e importação

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Relógios de luxo apreendidos na casa do sócio de uma empresa de exportação e importação

Divulgação/ PF

Os sócios, diz a polícia, são réus em ação civil de improbidade administrativa e já foram alvos da Operação Prato Feito. A PF cita os recebimentos milionários da empresa de diversas prefeituras para sustentar “a relevância dessa empresa no esquema financeiro”.

Além de São Bernardo, um levantamento feito pelo Metrópoles em Diários Oficiais identificou contratos da Quality com a Prefeitura de São Paulo e cidades como Ribeirão Pires, Ferraz de Vasconcelos, Cotia e Barueri, todas na Grande São Paulo.

A investigação ainda aponta outras empresas cujos serviços prestados vão além de São Bernardo, cidade alvo da operação. Uma delas é a DR3 Engenharia, que recebeu R$ 41 milhões em contratos públicos entre 2018 e 2025, segundo a polícia.

A maior parte, porém, vem de São Bernardo, cerca de R$ 36 milhões. Outra também citada nesse contexto é a One Laudos Diagnósticos Médicos, que presta serviço para a Fundação ABC, entidade de direito privado e sem fins lucrativos que atua na gestão da saúde pública em São Bernardo.

Por meio de nota, a Prefeitura de São Bernardo afirmou que “irá colaborar com todas as informações necessárias em relação ao caso” e que “é a principal interessada para que tudo seja devidamente apurado”. A reportagem não localizou a defesa das empresas citadas na operação nessa quinta-feira (14/8). O espaço segue aberto para manifstações.

Quem são os alvos da operação

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