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    EUA prendem novamente salvadorenho que foi deportado por engano

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    Kilmar Ábrego García, salvadorenho que foi deportado dos Estados Unidos por engano, foi preso novamente nesta segunda-feira (25/8) pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE).

    O homem foi mandado por engano para uma prisão em El Salvador e depois o governo Trump o resgatou para ser julgado sobre o caso que culminou na sua expulsão do país. Kilmar é suspeito de integrar uma gangue no país natal.

    “As autoridades policiais do ICE prenderam Kilmar Abrego Garcia e estão processando-o para deportação. O presidente Trump não permitirá que esse imigrante ilegal, membro da gangue MS-13, traficante de pessoas, abusador doméstico em série e predador de crianças, aterrorize cidadãos americanos”, declarou a secretária Departamento de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, na rede social X.

    A deportação do salvadorenho de 30 anos foi alvo de diversas discussões nas redes e ganhou uma ampla repercussão no que diz respeito às críticas à política imigratória de Trump. O assunto também ganhou destaque após a eleição do papa Leão XIV, que havia atacado a atitude dos EUA, fazendo um apelo em defesa dos imigrantes.

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    Kilmar estava sob custódia em Nashville, no estado do Tennessee, aguardando o julgamento pela acusação de cometer tráfico de pessoas e por ser ser membro da gangue de rua MS-13 de El Salvador. Nesta segunda, ele foi detido assim que entrou no escritório do ICE.

    “Perguntamos ao agente do ICE qual era o motivo de sua detenção, mas ele não respondeu”, disse o advogado Simon Sandoval-Moshenberg.

    Entenda a deportação de Kilmar García

    • Pai de três filhos e morando nos EUA há 14 anos, Kilmar García pediu asilo nos EUA, alegando que corria risco de vida no seu país de origem, El Salvador, por conta de ameaças vindas de gangues.
    • Sob a gestão de Trump, Kilmar foi deportado após ser preso por agentes do Serviço de Migração e Alfândega dos EUA (ICE). Ele foi detido acusado de ser membro da gangue MS-13 em El Salvador.
    • No entanto, autoridades norte-americanas afirmaram que a deportação de Kilmar aconteceu devido a um “erro administrativo”, após analisar o processamento de sua documentação.
    • Desde que foi detido, Kilmar não tinha contato com a família e ficou na prisão de El Salvador durante três meses – até que voltou.
    • Ao voltar, o governo Trump retomou o julgamento de Kilmar e decidiu deportá-lo novamente.

    Após investigações, a Justiça norte-americana notificou os advogados de Kilmas, informando que ele poderia ser deportado para Uganda, e ordenou que ele se apresentasse ao escritório em Maryland.

    Declaração de culpa

    A notificação veio após o salvadorenho rejeitar um acordo judicial para ser deportado para a Costa Rica. O trato exigia que ele se declarasse culpado de acusações de tráfico de pessoas e permanecesse na prisão. No processo, os advogados dele acusaram o governo federal de tentar forçá-lo a aceitar uma declaração de culpa.

    Agora, os advogados  pedem ao tribunal que impeça o governo de remover Kilmar para Uganda, na África, sem primeiro tentar removê-lo para a Costa Rica. Eles pedem para que Kilmar passe por uma entrevista antes de ser deportado.