Em ofício protocolado neste domingo (31/12) ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) negou qualquer ligação com o PCC e solicitou investigações urgentes pela Polícia Federal. O documento responde a questionamentos do site ICL e contesta relatos atribuídos a uma testemunha que disse à PF que o parlamentar teria recebido dinheiro vivo de integrantes da facção.
No texto, Nogueira afirma que “essas pessoas jamais estiveram em meu gabinete” e que “por jamais ter tido proximidade de qualquer espécie, e portanto nunca poderia ter advogado em benefício delas (…) é absolutamente mentirosa” a hipótese de favorecimento financeiro.
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O senador pediu que a PF verifique os acessos à sua sala no Congresso e registros em endereços ligados aos acusados. “Solicito à Polícia Federal que solicite os registros de entrada em meu gabinete no ano citado ou em qualquer ano, e que requeira as imagens e os registros de entrada na sede ou nos escritórios dessas pessoas”, escreveu. Ele acrescentou: “Coloco, por meio deste, TODOS os meus sigilos à disposição”.
Ciro também atacou a publicação que prepara reportagem sobre o caso. Classificou o ICL como “um site de pistolagem da esquerda, uma espécie de milícia digital”, que estaria promovendo “gravíssimas e desleais calúnias”.
O senador disse ainda acreditar que o combate ao crime organizado não deve ser usado como perseguição política. “Quero crer que o importante combate e repressão às organizações criminosas não serão usados como instrumento de perseguição política, por meio da proliferação de informações falsas e absolutamente mentirosas.”
A mensagem anexada ao ofício, enviada por um jornalista do ICL, afirma que a reportagem seria assinada por Leandro Demori, Cesar Calejon e outros, e relata que Nogueira teria recebido “uma sacola de papelão com uma grande quantidade de dinheiro vivo” de Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, e de Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”. Segundo a transcrição, o suposto encontro ocorreu em agosto de 2024, em Brasília, e teria relação com fraudes fiscais no setor de combustíveis.
O senador encerrou o ofício dizendo que não será intimidado: “Tenho minha consciência tranquila e a verdade ao meu lado. Quero mais, e não menos, investigação.”