MAIS

    Ex-presidiária, manicure e modelo: as novas “Rainhas do Tigrinho”

    Por

    Consideradas jovens, bonitas e acompanhadas por milhares de pessoas, elas tiveram suas vidas modificadas por meio de uma engrenagem estruturada e ilícita com base em plataformas de apostas. Alicya Ribeiro, Dheovana França, Emilly Souza e Maria Karollyny Campos Ferreira, conhecida como “Karol Digital”, ficaram  multimilionárias promovendo o “Jogo do Tigrinho”.

    Entretanto, o mesmo esquema que concedeu a elas rotinas repletas de luxo — com carros avaliados em milhões de reais, viagens pelo mundo e imóveis de alto padrão — as colocou no centro de investigações complexas do Ministério Público e da Polícia Civil de seus estados. Agora, as “rainhas do Tigrinho” estão na mira da Justiça.

    Leia também

    Contratada pelo Tigrinho

    Em Belo Horizonte (MG), Alicya Ribeiro acumulou cerca de 400 mil seguidores promovendo plataformas ilegais nas redes sociais. “Parceira”  dos operadores das plataformas ilícitas, ela recebia mensalmente cerca de R$ 100 mil para fazer publicidade dos jogos de apostas.

    De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), junto ao marido, identificado como Eduardo Magalhães, ela ostentava uma vida de riqueza, com direito a viagens para o exterior, compra de motos e carros de luxo, além de passeios em uma moto aquática adquirida pelo casal.

    Alicya entrou na mira dos investigadores no início deste ano e foi alvo de operação em junho. Na ação, que culminou na detenção de Eduardo por porte ilegal de arma, os investigadores apreenderam  R$ 700 mil em bens adquiridos supostamente de forma ilícita.

    Fechar modal.1 de 1

    Reprodução/Web

    De manicure a patroa

    Dheovana França acumulava mais de 1,1 milhão de seguidores quando foi indiciada pela Polícia Civil do Tocantins, em setembro do ano passado, pelas práticas ilegais que vinha praticando por meio de seu perfil nas redes sociais.

    Ela, que antes de se envolver com o esquema criminoso trabalhava como manicure e, segundo a polícia, declarava renda mensal no valor de R$ 9.301, acumulou, em menos de um ano, uma fortuna avaliada em mais de R$ 7 milhões.

    Nas redes sociais, ela costuma exibir sua rotina privilegiada em vídeos. Em seu perfil, mostra suas compras de produtos de beleza, passeios em motos aquáticas e procedimentos estéticos como uma cirurgia bariátrica e remoção de excesso de pele após emagrecimento.

    À época em que foi presa, Dheovana costumava ostentar carros, mansões e viagens, sempre com discursos para tentar convencer seus seguidores a apostar nos jogos que ela divulgava.

    A mulher foi indiciada por 258 crimes de lavagem de dinheiro e por participação em jogos de azar e, caso seja condenada, pode pegar até 40 anos de prisão.

    Fechar modal.1 de 1

    Reprodução/Web

     “Jogadora e viajante”

    Com mais de 95 mil seguidores no Instagram, Emilly Souza, influenciadora do Mato Grosso (MT), desafiou a polícia e ficou foragida por cerca de dois meses após ter seu mandado de prisão decretado.

    Publicando vídeos simulando ganhos exorbitantes em cassinos on-line, por meio de “contas teste” para enganar seguidores e atrair novos apostadores, ela acumulou uma fortuna e passou a viajar pelo mundo.

    Nas redes sociais, Emilly passou a publicar fotos se exibindo em lugares como Paris, Maldivas, Suíça, Disney e Tóquio, além de vídeos em festas frequentadas pela elite em praias paradisíacas, como Maragogi (AL). Passeios de cruzeiro e procedimentos estéticos também faziam parte do conteúdo da mulher.

    Segundo a polícia, a rotina de luxo era integralmente financiada com recursos obtidos por meio do esquema criminoso, que contava com uma estrutura de gerentes, agentes e influenciadores digitais.

    Os envolvidos no esquema mantinham contato direto com os chefes das plataformas, controladas majoritariamente por empresários sediados na China.

    A mulher foi presa em junho deste ano, em Cuiabá (MT), ao ser localizada escondida na casa da mãe.

    Fechar modal.1 de 1

    Reprodução/Redes sociais

    Ex-presidiária e empresária milionária

    Conhecida como “Karol Digital”, Maria Karollyny Campos Ferreira acumula mais 1,5 milhão de seguidores, que acompanham sua rotina de “empresária bem-sucedida”.

    A mulher é proprietária de sete veículos de luxo: um Porsche avaliado em R$ 979 mil, uma RAM 3500 de valor estimado em R$ 475 mil e uma McLaren, modelo Artura, que custa cerca de R$ 3,1 milhões. Juntos, os carros são avaliados em cerca de R$ 5.53 milhões.

    Além dos automóveis, “Karol Digital” é proprietária de um salão de beleza e também atua como vendedora de produtos cosméticos.

    Segundo a polícia, o capital que serviu de investimento para levantar o império tem origens ilícitas. A influenciadora é suspeita de envolvimento em um esquema milionário de exploração ilegal de jogos de azar, além de associação criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular.

    Em suas publicações, ela costumava posar exibindo bolsas e roupas de grife. Segundo os investigadores, ela costumava postar sobre “ganhos” em suas redes sociais, com a intenção de enganar seguidores, mostrando resultados de plataformas diferentes das quais era paga para promover.

    Ex-presidiária por assalto à mão armada, a mulher foi presa preventivamente na última sexta-feira (22/8) pela Polícia Civil do Tocantins (PCTO). No momento em que foi abordada, ela estava em um condomínio de alto padrão em Araguaína, na região norte do Tocantins.

    3 imagensKarol DigitalKarol DigitalFechar modal.1 de 3

    Influenciadora Karol Digital é presa suspeita de lavagem de dinheiro

    Reprodução2 de 3

    Karol Digital

    Reprodução3 de 3

    Karol Digital

    Reprodução