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    “Farinha da felicidade” promete emagrecimento, mas nutris fazem alerta

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    Uma mistura conhecida como “farinha da felicidade” tem ganhado popularidade nas redes sociais por prometer emagrecimento rápido e fácil. A combinação reúne ingredientes como farinha de maçã, beterraba, banana-verde, maca peruana, ora-pro-nóbis, gérmen de trigo e psyllium — todos com reconhecidas propriedades nutricionais.

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    Apesar dos benefícios, especialistas orientam: não há formula mágica para perder peso, e o consumo dessa mistura exige orientação profissional.

    “O apelo ao emagrecimento imediato pode levar à falsa ideia de que basta incluir a farinha no dia a dia para alcançar resultados. Isso não substitui uma alimentação equilibrada e supervisionada”, explica Allonso Marx, coordenador de Nutrição do Hospital Anchieta.

    De acordo com o nutricionista, cada componente da mistura tem seu valor nutricional: o psyllium, por exemplo, auxilia no trânsito intestinal; a farinha de beterraba pode contribuir para a saúde cardiovascular e na regulação da pressão arterial; e o gérmen de trigo fornece vitaminas do complexo B e antioxidantes.

    print colorido de vídeo de farinha da felicidade Mistura varia bastante e costuma reunir diferentes farinhas e ingredientes nutritivos

    Ainda assim, Marx reforça que não existe recomendação oficial de uso diário da mistura. Segundo ele, estudos apontam que entre 10 e 20 gramas por dia (cerca de 1 a 2 colheres de sopa) seriam quantidades seguras para adultos consumirem fibras e farinhas funcionais, sempre com hidratação adequada.

    A nutricionista Cibele Santos destaca que, embora rica em fibras, zinco, carboidratos, vitaminas do complexo B e antioxidantes, a “farinha da felicidade” deve ser vista como uma aliada, não uma solução isolada. “Ela pode ajudar na saúde intestinal, no controle glicêmico e até no humor, porém, sozinha não emagrece. O alto teor de fibras exige uma ingestão regular de água para evitar constipação”, alerta.

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    Riscos e contraindicações

    Segundo os especialistas, entre os riscos associados ao uso sem acompanhamento estão reações alérgicas, desconforto intestinal, interferência na absorção de medicamentos e até cálculos renais, especialmente devido à presença de ingredientes como chia e gérmen de trigo.

    A mistura também não é recomendada para pessoas com doença celíaca, doenças inflamatórias intestinais, problemas renais, gestantes, lactantes ou indivíduos em uso contínuo de medicamentos.

    Em excesso, além de perder o efeito desejado, pode ser calórica e até favorecer o ganho de peso.

    “É uma mistura funcional com potencial, no entanto, precisa ser usada com moderação e dentro de um plano alimentar estratégico”, conclui Cibele.

    O consumo por crianças requer cautela

    O consumo por crianças requer cuidado. “Pode ser introduzido a partir de 1 ano de idade, só que com avaliação de um nutricionista e do pediatra. Para menores de um ano, o uso é contraindicado”, salienta Allonso.

    A recomendação dos profissionais é clara: procure sempre orientação antes de aderir a modismos nutricionais. A “farinha da felicidade” pode até ajudar, mas longe de ser uma solução milagrosa.