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    Filha de prefeito alvo da PF ganhou cargo na Alesp no dia de operação

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    Larissa Cristine dos Santos de Souza, enteada do prefeito Marcelo Lima (Podemos), de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, ganhou um cargo no gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), da deputada Carla Morando (PSDB), na quinta-feira passada (14/8), mesmo dia em que Lima foi alvo de operação Polícia Federal (PF).

    O prefeito, afastado após a operação, diz nas redes sociais que é pai de Larissa e Gabriele, mas apenas a segunda filha é biológica. O relatório da PF mostra que Gabriele dos Santos Lima Fernandes, que teve boletos e a mensalidade da faculdade de Medicina incluídos em anotações contábeis do esquema de corrupção.

    10 imagensDinheiro em espécie na casa de um servidor públicoR$ 210 mil em espécie foram achados na casa do sócio de uma empresa de medicamentosPF fez apreensões de cédulas de dinheiro em uma empresa de medicamentosQuase R$ 2 milhçoes foram apreendidos na casa de um sócio de empresa de terraplanagem foi alvo de mandado de buscaPilhas de dinheiro achadas na casa do sócio de uma empresa de terraplanagemFechar modal.1 de 10

    Dinheiro encontrado na casa de um servidor público

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    Dinheiro em espécie na casa de um servidor público

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    R$ 210 mil em espécie foram achados na casa do sócio de uma empresa de medicamentos

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    PF fez apreensões de cédulas de dinheiro em uma empresa de medicamentos

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    Quase R$ 2 milhçoes foram apreendidos na casa de um sócio de empresa de terraplanagem foi alvo de mandado de busca

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    Pilhas de dinheiro achadas na casa do sócio de uma empresa de terraplanagem

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    Relógios apreendidos na casa do sócio de uma empresa de exportação e importação

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    Arma e munição apreendidas na casa do sócio de uma empresa de exportação e importação

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    Arma e dinheiro apreendidos na casa do sócio de uma empresa de exportação e importação

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    Relógios de luxo apreendidos na casa do sócio de uma empresa de exportação e importação

    Divulgação/ PF

    Larissa era lotada, desde 2019, no gabinete da liderança do PSDB na Alesp. À época, Carla era a líder da bancada tucana na Alesp, cargo que ocupou por dois anos. A enteada de Lima trabalhou para o escritório da bancada tucana até 13/8. No dia seguinte, ganhou vaga no gabinete de Carla Morando para o cargo de “Assessor Parlamentar VII”, com salário de R$ 10 mil.

    Em nota, a deputada destacou que Larissa não foi citada na investigação da PF e disse que o processo foi pautado na “legalidade, responsabilidade e transparência”.

    “Até o momento, não existe nenhuma relação entre a funcionária e a investigação do esquema de corrupção, em São Bernardo”, disse em nota (veja a íntegra abaixo).

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    No mesmo dia 14/8, Carla exonerou outro assessor parlamentar, Roque Araújo Neto, que recebia salário de R$ 8,2 mil. Ele tem três passagens pelo gabinete de Carla Morando e uma do marido de Carla, o ex-deputado Orlando Morando, que era prefeito de São Bernardo do Campo enquanto Marcelo Lima era vice e, atualmente, é secretário de segurança da capital paulista.

    Roque é suspeito de ter recebido R$ 390 mil de Paulo Iran Paulino Costa, apontado como o principal operador do esquema, que também era assessor da Alesp e foi exonerado do gabinete do deputado Rodrigo Moraes (PL).

    A Operação Estafeta, deflagrada em São Bernardo do Campo na semana passada, mira um esquema de corrupção envolvendo secretarias de Obras e de Saúde no município. A investigação iniciou em julho a partir da apreensão de R$ 14 milhões em espécie, em notas de reais e dólares, na casa de Paulo Iran, que teve mandado de prisão contra ele, mas está foragido.

    O que diz Carla Morando

    Em nota, a deputada Carla Morando disse que “a contratação da servidora foi realizada dentro dos padrões legais da Assembleia Legislativa, com avaliação do RH e observância das normas trabalhistas. A profissional desempenha, desde 2019, cargo de assistente parlamentar na Casa, não tem qualquer conduta questionada, cumpre regularmente sua carga horária. Além disso, até o momento, não existe nenhuma relação entre a funcionária e a investigação do esquema de corrupção, em São Bernardo. Todo o processo é pautado na legalidade, responsabilidade e transparência”.