O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que está foragido da Justiça brasileira desde 2021, participou por chamada de vídeo de uma audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (27/8).
O encontro foi promovido pela Subcomissão de Fiscalização e Direitos dos Presos do 8 de Janeiro, ligada à Comissão de Segurança Pública. O colegiado foi criado para apurar supostas violações de direitos humanos nos processos relacionados aos atos extremistas.
Atualmente vivendo nos Estados Unidos, Allan dos Santos é investigado em dois inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF): o das fake news e o das milícias digitais. Sua prisão preventiva foi decretada em 2021, quando o tribunal o acusou de integrar uma rede organizada que atentaria contra a democracia por meio das redes sociais.
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Críticas a Moraes e pedido de anistia
Durante sua fala, Allan dos Santos pediu anistia para os envolvidos no 8 de Janeiro e defendeu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Ele acusou o magistrado de agir de forma arbitrária contra opositores.
“Não desejo a morte, nem sequer a prisão de Alexandre de Moraes, mas exijo que ele saia do Supremo Tribunal Federal e seja julgado naquele devido processo legal que ele nunca usou contra os seus inimigos”, afirmou.
O blogueiro também cobrou que os deputados votem a favor da anistia, alegando que o Legislativo seria a última instância de defesa da democracia diante do que chamou de “tirania” do STF.
“Eu peço aos deputados, de todo o meu coração, que considerem a urgência de votar a anistia. Porque o único resquício de liberdade em democracia republicana que nós temos hoje no Brasil, é o Legislativo e o Executivo dos Estados. Porque o Poder Federal é cúmplice da tirania do STF, que rasga a Constituição, não respeita mais as leis e sequer respeita o Poder Legislativo”, disse.
Participação de Eduardo Bolsonaro
A audiência também contou com a participação remota do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos. Ele reforçou críticas a Alexandre de Moraes, a quem chamou de “gangster” e “mafioso”, e afirmou que o ministro é “o maior violador de direitos humanos da história do Brasil”.
O parlamentar voltou a pressionar por anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos presos pelos atos de 8 de Janeiro.