MAIS

    Gato traumatizado? Confira sinais de que o seu pet tem “medo de gente”

    Por

    Assim como os seres humanos, os gatos também podem sofrer os danos de um trauma experienciado durante a vida, principalmente aqueles que são acolhidos na rua. A exposição à violência ou a outros estímulos pesados pode fazer com o felino tenha reações inesperadas, mesmo quando já estão em lares que proporcionam seguraça e afeto.

    Leia também

    Os bichanos podem desenvolver um medo crônico de humanos, barulhos e até de outros animais. Segundo o veterinário João Paulo Lacerda, isso acontece quando eles são expostos a situações de violência ou experiências negativas. O abandono, a negligência, as agressões e os maus-tratos, de um modo geral, causa neles uma quebra de confiança.

    Quais a diferenças entre gatos traumatizados e introvertidos?

    Enquanto os bichanos que sofreram traumas têm medo de pessoas, os que são introvertidos são apenas mais reservados. Lacerda explica que o felino traumatizado esconde-se com frequência, evita contato visual e pode apresentar tremores, ou se esquivar de carícias. “Em casos mais graves, o comportamento defensivo pode se intensificar, com arranhões, mordidas e até rosnados“, detalha.

    O estresse pode causar respostas fisiológicas, a exemplo de diarreia, vômito e lambedura excessiva, o que resulta em lesões na pele do gato.

    Algumas da características do felino traumatizado são:

    • Alerta constante;
    • Reatividade, que pode incluir agressão;
    • Comportamento evitativo, sem querer toque ou aproximação.

    E quanto aos bichanos reservados?

    A introspecção felina é um temperamento. O especialista destaca que alguns gatos, ainda que socializados desde filhotes e sem experiências com a rua, podem expressar comportamentos mais reservados em relação à família.

    Esses felinos não apresentam sinais de medo, como a urina fora do lugar ou lambedura excessiva, porém, pets preferem intergir no próprio ritmo. “E, geralmente, se apegam a poucas pessoas da casa, naquele típico caso de: ‘Esse gato só quer viver comigo’”, adiciona.

    5 imagensAjuda no desenvolvimento social e emocionalSaiba respeitar o tempo de interação do gatoOs felinos de rua podem passar doenças como raiva e tétanoExcesso de carinho pode causar dependência nos gatosFechar modal.1 de 5

    Os pets podem ficar chateados com o cheiro de outros animais

    Getty Images2 de 5

    Ajuda no desenvolvimento social e emocional

    Getty Images3 de 5

    Saiba respeitar o tempo de interação do gato

    Getty Images4 de 5

    Os felinos de rua podem passar doenças como raiva e tétano

    Getty Images5 de 5

    Excesso de carinho pode causar dependência nos gatos

    Getty Images

    Os gatos reservados expressam esse tipo de comportamento e, apesar de preferir ficar sozinho, eles aceitam carinho tranquilamente. Eles não costumam rosnar, nem fugir desesperados, e se adaptam à família com paciência e rotina.

    Lacerda ainda destaca que a raça do gato pode ter uma leve influência em seu comportamento. Confira abaixo algumas características de cada gato:

    • Siamês: além de vocais, esses pets são extrovertidos e apegados ao tutor;
    • Persa: são mais introvertidos, tranquilos e discretos;
    • Maine coon: esses felinos podem ser mais sociáveis e brincalhões;
    • Sem raça definida: apresentam variações de personalidade. Em geral, o temperamento desse gato varia, dependendo de fatores como ambiente e experiências anteriores.

    O que fazer quando o gato é traumatizado?

    A sugestão é apostar em enriquecimento ambiental com brinquedos, cordas, arranhadores ou outros estímulos que possam tornar a residência mais interessante ou seguro para o felino.

    Socializar o pet é uma possibilidade. Terapias comportamentais, ou conduzidas por um profissional especializado, podem ajudar. O uso de feromônios sintéticos, disponíveis no mercado, atuam na redução do estresse, e promovem uma sensação ainda maior de segurança.

    Por fim, é preciso ter paciência. Nada substitui o amor e uma rotina previsível e tranquila. “Respeitar o tempo do gato, sem forçar interações, é essencial para que ele volte a confiar no ambiente e nas pessoas ao seu redor”, finaliza Lacerda, professor do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê).