A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu nesta segunda-feira (4/8) as críticas do União Brasil (UB) e do Partido Progressistas (PP) sobre a atuação do governo federal nas negociações com os Estados Unidos sobre a imposição de tarifas. Segundo ela, “quem provocou as sanções de Trump foi a família Bolsonaro”.
“Ao contrário do que dizem os presidentes do UB e do PP, não foi o presidente @LulaOficial que buscou o confronto com o governo dos EUA. Não foi ele que impôs tarifas nem interferiu na Justiça de outro país. Quem provocou as sanções de Trump foi a família Bolsonaro, num ato de traição ao Brasil e ao nosso povo”, escreveu a ministra em seu perfil no X.
Hoffmann também considerou como “espantoso” a falta de manifestação dos presidentes dos partidos sobre “essa conspiração contra nossa soberania”.
“Espantoso é que esses presidentes de partidos políticos brasileiros não se manifestem sobre essa conspiração contra nossa soberania nem sobre os parlamentares que a apoiam, principalmente o deputado filho de Jair Bolsonaro que está nos EUA agindo contra o Brasil. Precisam dizer de que lado estão: dos interesses do Brasil ou dos interesses de Bolsonaro”, disse Gleisi.
A declaração da ministra se deu depois de nota divulgada mais cedo, assinada pelos presidentes das siglas. No documento, Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP) criticam o que chamam de “retórica confrontacional” do governo sobre o tema e citam as declarações feitas no 17° Encontro Nacional do PT, nesse domingo (3/8).
“Entendemos que tais posicionamentos, longe de contribuírem para a resolução da crise tarifária enfrentada pelo Brasil, podem agravar as tensões econômicas e diplomáticas com um parceiro comercial estratégico […] adotar uma retórica confrontacional, que remete a eventos históricos sem foco em soluções práticas, compromete a capacidade do Brasil de negociar com pragmatismo e buscar acordos que minimizem o impacto dessas tarifas”, diz a nota.
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Na última quarta-feira (30/7), a coluna Igor Gadelha, do Metrópoles, mostrou que o presidente Lula se reuniu com os três ministros da cota do União Brasil na semana passada, no Palácio do Planalto, para cobrar uma postura melhor do partido em relação ao governo.
O encontro, que não foi registrado na agenda oficial do petista, contou com os ministros Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Integração Nacional) e Frederico de Siqueira (Comunicações).
Na conversa, que contou ainda com a presença da ministra petista Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Lula cobrou mais fidelidade do União Brasil ao governo, sobretudo no Congresso Nacional.
O petista prometeu chamar o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para uma reunião na próxima semana, a fim de discutir a relação.