Ministros de Lula admitem, nos bastidores, que o governo sofreu uma derrota na CPMI do INSS no Congresso Nacional, após a oposição garantir tanto a presidência quanto a relatoria do colegiado.
Integrantes do Palácio do Planalto disseram à coluna terem sido pegos de “surpresa” e que ainda “estão sem entender” a reviravolta na eleição para a presidência da comissão, na manhã desta quarta-feira (20/8).
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Novo relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL)
Divulgação/Alfredo Gaspar2 de 4
Omar Aziz
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Presidente Lula
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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP)
BRENO ESAKI/METRÓPOLES
Aliado ao governo, o senador Omar Aziz (PSD-AM) perdeu a disputa pela presidência da CPMI para o colega Carlos Viana (Podemos-MG), que venceu a eleição por 17 votos a 14.
Eleito, Viana escolheu o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator, e não Ricardo Ayres (Republicanos-TO), nome defendido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A avaliação no governo é de que a troca da relatoria “vai dar mais trabalho” para o Planalto. Como a coluna noticiou, o novo relator é bolsonarista de carteirinha e já culpou Lula pela farra do INSS.
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Nos bastidores, auxiliares de Lula atribuem a derrota à articulação política do governo e aos chefes da Câmara e do Senado. Pada governistas, o Planalto “cantou vitória” antes da hora certa.
Reunião de emergência
A derrota na escolha para o comando da CPMI do INSS levou ministros do Planalto e integrantes da articulação política do governo a convocarem uma reunião de emergência para debater o que fazer.
Farra do INSS
- O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
- Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
- As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
- A CPMI reúne 32 integrantes, entre deputados e senadores, tanto da base do governo quanto da oposição. O colegiado ainda contará com o mesmo número de suplentes.