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    Governo Tarcísio deixa escolas sem obras emergenciais

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    Infiltrações e vazamentos, salas de aula sem ar-condicionado, falta de manutenção generalizada. Foi sob esse cenário que no dia 17 de junho o governo Tarcísio anunciou investimentos de 1,2 bilhão de reais para a modernização dos prédios de Etecs (Escolas de Tecnologia) e Fatecs (Faculdades de Tecnologia), e mais R$ 56 milhões para obras emergenciais que seriam realizadas durante as férias escolares. Até o momento, nenhuma reforma foi feita e o governo não disponibilizou detalhes de um plano ou cronograma.

    “Em geral, a manutenção do telhado provoca vazamentos ou problemas de infiltração que comprometem as instalações. Especialmente para o período que inicia em outubro temos muito receio com as chuvas. Aqui na capital, o cenário acontece com frequência na Fatec São Paulo, Etec Horácio Augusto da Silveira, Albert Einstein, entre outras”, explica Felipe Chadi,  diretor do Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza

    Ele afirma que nas unidades do interior faltam podar as árvores ou carpir do mato. O muro da Fatec Jahu cedeu e está a meses improvisado. Na Etec da Praia Grande, no litoral do estado, não há climatização das salas de aula. As unidades só conseguem ar-condicionado através de parcerias com prefeituras, aquisições da Associação de Pais e Mestres ou verbas de emenda parlamentar.

    “O caso que ficou mais emblemático foi da Etec Santa Ifigênia ao lado da Administração Central, sem luz desde 19 de maio. Somente na semana passada a energia foi religada. A minha unidade, a Etec Horácio Augusto, no bairro da Vila Maria em São Paulo, passou por reformas em 2023 e ainda assim hoje ela tem problema de infiltração, o solo está cedendo. São vários problemas”

    O secretário estadual de Ciência Tecnologia, Vahan Agopyan disse, durante audiência em comissão sobre o tema na Alesp, que as obras emergenciais contarão com apoio do CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para vistoria e acompanhamento e que a previsão de entrega é de 6 meses.

    O Centro Paula Souza, entidade que gere as Fatecs e Etecs, declarou que “iniciou os trâmites burocráticos que envolvem as obras em 56 unidades que integram o primeiro lote de serviços de manutenção. O prazo médio estimado para cada uma dessas obras é de 150 dias, a partir do início dos serviços. Vale lembrar que este prazo vai depender da complexidade de cada intervenção. A CDHU foi escolhida para executar os serviços por sua expertise técnica em obras públicas e capacidade de gestão e execução em escala”. A CDHU foi contatada, mas não respondeu aos questionamentos.

    “O receio desse grande anúncio de 1,2 bilhão para reformas não passem de propaganda. Daqui 4 meses o ano letivo irá encerrar e nem as emergenciais serão entregues”, teme Chadi.  “A gente não quer deixar a instituição cair, independente de quem seja o governador no momento. A instituição é um patrimônio da educação de São Paulo, tem que estar a serviço para melhorar a condição das pessoas, desenvolver a educação e tecnologia”, conclui.