A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) realizou, na manhã desta terça-feira (12/8), a segunda fase de uma operação contra uma quadrilha suspeita de aplicar golpes em médicos gaúchos. Segundo o delegado responsável, além de recrutar “sósias” com aparência semelhante às vítimas, o grupo criminoso utilizava inteligência artificial (IA) para alterar imagens, passar por verificações biométricas e invadir contas digitais.
Nomeada de “Medici Umbra 2”, a ação contou com apoio de outros três estados e cumpriu três mandados de prisão preventiva e outros três de busca e apreensão em São Paulo (SP), Ananindeua (PA) e Vila Velha (ES).
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Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão
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Três pessoas foram presas preventivamente
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Grupo recrutava sósias e usava IA para produzir rostos falsos de médicos
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Entenda o caso
- Em janeiro deste ano, um médico gaúcho registrou boletim de ocorrência relatando que teve suas contas de e-mail e gov.br invadidas.
- Segundo a vítima, os criminosos acessaram seus documentos, criaram contas e realizaram transferências, causando um prejuízo de mais de R$ 700 mil.
- Após o primeiro registro, a PCRS identificou outros quatro médicos que sofreram os mesmos crimes. A partir disso, a corporação iniciou a investigação.
- Em julho, na primeira fase da operação, cinco familiares que moravam na capital paulista foram presos. Nesta terça-feira, a segunda etapa resultou na prisão preventiva de três suspeitos.
Suspeitos e funções
Segundo a PCRS, um dos presos em São Paulo, de 44 anos, era responsável por recrutar pessoas fisicamente parecidas com as vítimas para tirar fotos e criar documentos falsos, passando nas verificações de biometria facial.
O suspeito paulista também movimentava contas bancárias, principalmente de empresas com altos limites, para receber transferências dos valores desviados e dificultar o rastreamento. Ele recebia comissões entre 25% e 40% do total e já tinha antecedentes por estelionato eletrônico, furto, roubo de carga, receptação e falsa identidade.
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O preso no Pará, de 20 anos, atuava como fornecedor de informações sigilosas, utilizando um bot (robô) para consultas automáticas em grupos de WhatsApp e vendendo dossiês com dados das vítimas.
Já o suspeito do Espírito Santo, de 29 anos, era responsável por fornecer e fabricar documentos falsos em nome dos médicos.
O grupo é investigado por estelionato, falsificação de documentos, invasão de dispositivos informáticos e lavagem de dinheiro.