Um morador do Distrito Federal pode ter um membro amputado e corre até risco de morte porque o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) tem demorado a realizar uma cirurgia. O autônomo Valdenor Gonçalves da Silva (foto em destaque), 63 anos, está com o pé direito em necrose por conta de complicações do diabetes e precisa de uma intervenção imediata. Há, inclusive, uma ordem judicial para que Valdenor seja operado, mas o hospital ainda não fez o procedimento.
Fotos e vídeos registrados pela família dão conta da gravidade do quadro do paciente. As imagens são fortes.
Veja:
Valdenor Gonçalves da Silva, 63 anos
Material cedido ao Metrópoles
Valdenor está internado desde 26 de julho aguardando cirurgia no pé direito
Material cedido ao Metrópoles
Membro do paciente está em necrose
Material cedido ao Metrópoles
Valdenor chegou com o pé em estado semelhante a esse, mas, sem intervenção cirúrgica, o quadro piorou
Material cedido ao Metrópoles
Quadro foi agravado pelo fato de o paciente ter diabetes, diz a família
Material cedido ao Metrópoles
Paciente pode perder o pé e até mesmo morrer caso não haja intervenção
Material cedido ao Metrópoles
Família busca respostas para o caso
Material cedido ao Metrópoles
O autônomo deu entrada na enfermaria do HRC em 26 de julho. Em relatório médico produzido pela unidade a pedido da família cerca de 20 dias depois, o hospital informa que o paciente tinha “presença de osteomielite [infecção óssea]” e estava “em aguardo de leito no anexo para agendar abordagem cirúrgica”.
O relatório em questão, assinado por um médico da unidade, confirma ainda “piora progressiva importante” e “extremamente secretiva, fétida e com edema” no pé direito de Valdenor. “A cirurgia realizada o quanto antes pode evitar a piora clínica e laboratorial do paciente”, afirma o documento.
Sobrinho de Valdenor, o analista bancário Gabriel Frota, 28, aponta omissão e demora na tomada de providências médicas adequadas. “A desculpa, agora, é que o médico está de férias e que não tem ninguém para operar o meu tio. Ele já estava com a cirurgia agendada há duas semanas, porém, um caso urgente passou à frente e suspenderam a intervenção”, conta o rapaz.
A demora na cirurgia pode levar Valdenor não só à amputação, mas também a óbito. “O pé dele está quase todo tomado pela necrose, o que representa risco não apenas de amputação mais extensa, mas também de infecção generalizada e até de morte”, aponta o sobrinho.
“Os médicos reconhecem a necessidade de cirurgia imediata, mas, apesar da gravidade, o procedimento não está sendo realizado”, ressalta Gabriel.
Desesperada, a família já esgotou as próprias forças para tentar resolver o problema de Valdenor. “Estamos sem saber o que fazer”, conta Gabriel. “Meus primos, filhos dele, têm feito visitas diárias. Fui vê-lo no sábado e não aguentei ver o pé dele, passei mal”, confessa.
“O sentimento que temos é de muita tristeza e sofrimento. Além disso, ele próprio está com o psicológico muito abalado, pedindo uma solução”.
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Resposta
Em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que Valdenor “encontra-se sob acompanhamento e assistência da equipe do HRC”. A pasta alegou que “todos os protocolos clínicos e assistenciais estão sendo devidamente seguidos, e todas as informações estão sendo repassadas ao paciente e a seus familiares”.