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Haddad: nosso foco são setores com mais dificuldades de redistribuição

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Haddad: nosso foco são setores com mais dificuldades de redistribuição

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a atenção do governo federal está em empresas que não poderão redirecionar seus produtos a outros mercados, como é o caso de indústrias que produzem itens sob medida para a economia americana.

De acordo com o ministro, o mercado de commodities, como é o caso da carne e café, que não foram isentos da taxação de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderão facilmente encontrar destino alternativo em outras praças comerciais.

“A carne você direciona, o café você direciona. A demanda por café do mundo está crescente, eu nem entendi a manutenção do café na lista de 50%, porque vai encarecer o café para o consumidor dos EUA. Isso já está sendo sentido lá, e vai piorar a situação do consumidor de lá, em virtude do fato de quem vai pagar a taxa é ele”, disse Haddad em entrevista para a BandNews nesta segunda-feira (4/7).

De acordo com o ministro, outros setores inspiram maior cuidado, ainda que os impactos causados não sejam macroeconômicos.  Ele afirmou que o governo não deseja prejudicar nenhum setor em virtude da “injustiça que está sendo fomentadas por setores interno ao Brasil”, fazendo referência às taxas de Trump.

Apelo a governadores

O ministro pediu que governadores que tenham interesse em negociar uma medida com a União, entrem em contato com a Fazenda, e citou o caso do Ceará que traçou uma estratégia para compra de pescados de pequenos produtores que seriam impactados pelas taxas.

“Os governadores que querem firmar parcerias conosco, podem trazer quais os quadros mais sensíveis, nós podemos fazer parcerias, nós temos uma capacidade de financiamento que já é de conhecimento do Presidente da República. Quanto mais sintonizados nós trabalharmos, melhor para o desenvolvimento do país”, disse.

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Brics

Questionado sobre a possibilidade do Brics ser um fator que influenciou Trump a aumentar as tarifas sobre as exportações brasileiras, Haddad afirmou que não acredita nessa narrativa e que, caso essa fosse uma verdade, os demais países componentes do bloco também teriam sido afetados da mesma forma.

Ele disse também que o comércio em moeda local já acontece em outras relações bilaterais e dentro de blocos econômicos. Para ele, quem tem que cuidar da moeda americana são os EUA.  “É um assunto doméstico dos EUA o quanto a moeda deles vai ter força”, disse, defendendo que o uso de moeda local seja mais frequente nas relações comerciais.

Taxa de Juros

Com relação à taxa de juros, o ministro afirmou que o patamar atual é restritivo e que a inflação já está dando sinais de desaceleração. De acordo com ele, a inflação tem tudo para finalizar o ano a menos de 5%, atualmente a taxa está em 5,35% no acumulado do ano.

Ele afirma que a situação do atual chefe do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, herdou uma situação estressante quando assumiu o cargo, em janeiro de 2025, mas que já encontra sinais de que é possível discutir um ciclo de flexibilização monetária.

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