O PM Johannes Santana, que foi baleado com um tiro no pescoço durante uma abordagem na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, nessa quinta-feira (7/8) segue com o estado de saúde estável e ficará em observação por mais um dia.
A informação foi confirmada pelo departamento de comunicação da Polícia Militar no fim da manhã desta sexta-feira (8/8).
Em imagens da câmera corporal do agente, é possível ver toda a dinâmica de perseguição do suspeito até a chegada do socorro para atender socorrer o policial. Ele fica cerca de três minutos em contato com o Copom.
Santana repete várias vezes que foi baleado, que teve a arma roubada e que está sangrando. É possível ver que em em alguns momentos ele pergunta aos moradores que testemunharam a ocorrência se ele foi atingido por uma pedra ou um tiro.
Em uma moto, PM perseguiu suspeito até Paraisópolis
Divulgação/ SSP-SP
Suspeito foi alcançado pelo PM em uma travessa da favela
Divulgação/ SSP-SP
Suspeito é rendido pelo PM
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PM chega a apontar arma contra suspeito, mas não atira
Divulgação/ SSP-SP
PM e suspeito começam briga corporal
Divulgação/ SSP-SP
Baleado no pescoço, PM usa celular para pedir resgate
Divulgação/ SSP-SP
Sangue de PM cai na tela do celular
Divulgação/ SSP-SP
Após cerca de 3 minutos, agentes chegam para fazer resgate de colega
Divulgação/ SSP-SP
PM conversa com colega baleado
Divulgação/ SSP-SP
Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal
Atirador corre após atingir PM
Arquivo Pessoal
Cabo havia sacado armamento em abordagem
Arquivo Pessoal
Criminoso rouba arma de PM
Arquivo Pessoal
PM identifica homem que atirou em cabo durante abordagem policial em Paraisópolis, zona sul de SP
Reprodução
PM identifica homem que atirou em cabo durante abordagem policial em Paraisópolis, zona sul de SP
Reprodução
O PM Johannes Santana
Reprodução/Arquivo pessoal
O policial, apesar de ter sido atingindo no pescoço, não teve nenhum órgão vital atingido e não corre risco de morte. Socorrido ao Hospital Albert Eistein, ele está estável, consciente e ficará em observação médica por mais um dia, segundo a comunicação da PM.
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O atirador foi identificado como Kauan Alison Alves dos Santos, de 20 anos, tendo passagens criminais por roubo desde a adolescência. Ele ainda não foi localizado e está sendo procurado pela comunidade de Paraisópolis.
As imagens também revelam a dinâmica da perseguição que resultou no PM baleado. O agente, em uma moto, segue o suspeito até conseguir alcançá-lo em uma travessa da favela. As cenas são fortes.
Veja vídeo:
Durante a abordagem, populares que presenciavam a cena se aproximam e questionam a ação do PM dizendo para ele abaixar a arma. “Ae rapaziada cola ai, vamos ajudar o moleque”, diz uma das testemunhas. Enquanto isso, o suspeito resiste à abordagem policial.
Em um determinado momento, uma testemunha tenta puxar o suspeito e evitar a imobilização policial. Posteriormente, começa uma luta corporal em que o suspeito fica próximo à cabeça do agente, levanta a arma e atira à queima-roupa no pescoço do PM. Pelas imagens corporais, é possível notar que o cabo Santana não percebe que o suspeito está armado.
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Após o disparo, o policial cai ofegante no chão e os vizinhos começam a gritar. Imediatamente, ele aciona o Copom e pede apoio, avisando que foi baleado e que teve a arma roubada pelos suspeitos. “Roubaram minha arma. Estou baleado”, relatou o agente.
Após alguns segundos, o cabo Santana se levanta e chega a perguntar aos moradores da região se havia levado uma pedrada ou um tiro: “Foi tiro, moço. Foi tiro”. Posteriormente, ele volta a pedir socorro no Copom, dizendo que está perdendo os sentidos.
Ao fim do vídeo, o policial relata estar vendo uma sirene policial na região, mas que passou reto e não foi lhe socorrer. Depois de poucos minutos, chegaram viaturas da Rotam e a equipe o socorreu.
Atirador procurado
O atirador foi identificado como Kauan Alison Alves dos Santos, de 20 anos. Ele tem passagens criminais por roubos desde a adolescência — são dois atos infracionais, registrados em 2022, um no ano de 2023 e uma passagem quando já adulto, em 2024.
No momento, ele está sendo procurado na comunidade de Paraisópolis.
PM identifica homem que atirou em cabo durante abordagem policial em Paraisópolis, zona sul de SP
Reprodução
PM identifica homem que atirou em cabo durante abordagem policial em Paraisópolis, zona sul de SP
Reprodução
Comunidade com medo
- Ao menos duas escolas municipais de ensino infantil liberaram mais cedo seus alunos, após o ocorrido.
- Um comunicado da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Perimetral, enviado a pais e responsáveis por alunos, diz que, “diante dos últimos acontecimentos em nossa comunidade”, liberariam as crianças para “famílias que quiserem e puderem vir buscá-las”. “Cuidem-se e mantenham-se seguros.”
- Em julho, moradores da comunidade protestaram após uma operação da PM que deixou um homem morto no local.
- O protesto mobilizou um grande efetivo do corporação na noite de 10 de julho. Os manifestantes criaram barricadas e atearam fogo em pneus e madeira nas ruas do bairro.
Capital com o metade dos PMs feridos
Dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) mostram que a capital paulista concentra, no primeiro semestre deste ano, 52,3% do total de policiais militares feridos em todo o estado. Foram, respectivamente, 11 e 21 casos.
A cidade também registrou aumento no número de PMs feridos enquanto trabalhavam. Foram 6, entre janeiro e junho do ano passado, ante 11 no mesmo período, representando alta de 83%.