Relator da CPMI que investigará fraudes bilionárias no INSS, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), afirmou em entrevista à coluna nesta segunda-feira (25/8) que a investigação terá como foco principal rastrear recursos desviados do sistema previdenciário.
O parlamentar declarou que o plano de trabalho da comissão terá “começo, meio e fim” e será dividido em eixos investigativos. Segundo ele, o objetivo é compreender desde o modus operandi das fraudes até mecanismos de proteção para evitar novas práticas.
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“Uma das principais etapas é seguir o caminho do dinheiro. O aposentado está passando fome em casa, com sacrifício, mas tem alguém que colocou o dinheiro no bolso, morando em cobertura luxuosa, com aeronaves, barcos, propriedades no exterior. Temos que percorrer o caminho desse dinheiro”, afirmou.
O deputado fez referência a casos históricos, como o esquema liderado pela advogada Jorgina de Freitas em 1991, para destacar a recorrência de fraudes na Previdência. “Estamos vendo isso novamente em 2025. Precisamos de mecanismos eficientes, recuperar esse dinheiro do povo brasileiro, recompor perdas de aposentados e pensionistas e proteger o sistema previdenciário desses saques criminosos que são em valores bilionários”, declarou.
Fraude no INSS
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). No total, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada em 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.