Pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta terça-feira (12/8) aponta que 75% dos brasileiros acreditam que o tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos nacionais, teve “motivação política“. A determinação das tarifas é vista como “uma questão comercial” para 12%.
Do total de entrevistados, 5% responderam “ambas”, considerando o tarifaço tanto como uma questão comercial quanto política. Não sabem ou não responderam somaram 8%.
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O levantamento foi realizado entre 1º e 5 de agosto, um dia antes de iniciar o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros exportados aos EUA. Foram realizadas 2 mil entrevistas em 132 cidades. O nível de confiança é de 95%, e a margem de erro, de 2 pontos para mais ou para menos.
Retaliação ao tarifaço
A pesquisa aponta ainda que a maioria dos brasileiros, 49%, concorda que o Brasil deve retaliar o tarifaço. Outros 43% discordam que o Brasil deveria responder os EUA aplicando tarifas altas sobre os produtos morte-americanos.
Segundo o instituto, há uma certa divisão sobre a resposta na mesma moeda, mas com maioria relativa concordando com a retaliação.
A pergunta feita foi: “O Brasil deve responder na mesma moeda, aplicando tarifas sobre os produtor americanos”. E a resposta dos entrevistados:
- Concorda totalmente: 33%;
- Concorda em parte: 16%;
- Discorda em parte: 13%;
- Discorda totalmente: 30%;
- Não sabe/Não respondeu: 7%.
Entre os que concordam com a retaliação brasileira, 33% concordam totalmente com a resposta na mesma moeda, e 16% concordam em parte. Já nos grupos que discordam, 30% dizem ser totalmente contra e 13%, em parte contra uma resposta de forma idêntica.
Conforme o levantamento, o grupo mais favorável à resposta na mesma moeda é formado por eleitores de Lula (61%), moradores do Norte/Centro-Oeste (58%), de 16 a 24 anos (55%), com ensino superior (53%), mulheres (51%), católicos (51%) e que aqueles com renda familiar de 1 a 2 salários mínimos (50%).
Já os contrários ao Brasil retaliar os EUA com taxação estão mais concentrados entre aqueles que votaram em Jair Bolsonaro (56%), moradores do Sul (52%), quem vive na periferia (52%) e evangélicos (50%).