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Irmãs vivem há 1 ano em abrigo de Lisboa após mãe morrer em acidente

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Irmãs vivem há 1 ano em abrigo de Lisboa após mãe morrer em acidente

As filhas da brasileira Iara Barbosa dos Santos (foto em destaque), de 42 anos, estão morando há quase um ano em um lar temporário em Lisboa, Portugal, após a morte da mãe em um acidente de trânsito.

Iara havia se mudado com as duas filhas, de 15 e 10 anos, para Portugal em maio de 2023, buscando uma vida melhor. A mulher era da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, mas morava na Europa, onde trabalhava como motorista.

Em outubro de 2024, Iara morreu em um acidente de trânsito na Ponte Salgueiro Maia, em Santarém, bairro de Lisboa. A mulher estava de moto e sofreu uma batida de uma van, que a jogou longe. Ela acabou sendo atropelada por outro veículo e morreu na hora.

As filhas de Iara, frutos de dois relacionamentos, ficaram sozinhas no país. Elas estão sendo acompanhadas pelas autoridades portuguesas.

Inicialmente, as meninas ficaram sob cuidados de um casal de amigos da igreja que frequentavam com a mãe. Posteriormente, as menores foram para um abrigo, onde permanecem quase um ano após a morte da mãe.

Aos fins de semana, as irmãs tem autorização para visitar o casal que as acolheu e um primo materno que também mora em Portugal.

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Iara Barbosa, brasileira morta em acidente de trânsito em Portugal

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Acidente que matou a brasileira Iara Barbosa em Portugal

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Moto que Iara usava para ir ao trabalho em Portugal

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Convite para o velório da brasileira Iara Barbosa, em Portugal

Reprodução / Facebook

Sem contato com filhas

As meninas mantinham contato com os pais que estão aqui no Brasil por meio de ligações de videochamada e mensagens. Porém, com o passar dos meses, as conversas foram diminuindo.

O pai da menina mais nova, Marcos Aurélio da Silva, travou uma batalha da Justiça de Portugal para conseguir trazer a filha e a irmã de volta ao Brasil.

“Sempre tivemos uma boa relação, mas minha filha parou de querer falar comigo. E a mais velha, também não quer mais conversar com o pai dela. Por alguma razão que não sabemos, elas também começaram a negar terem convivido conosco antes de irem para Portugal e afirmam que não querem voltar para o Brasil”, conta Marcos.

Segundo o homem, o lar temporário no qual elas estão morando também tem dificultado o contato com as meninas. “Para a gente conseguir falar com elas, temos que enviar uma solicitação para o e-mail da instituição e, só depois, a conversa é agendada. Porém, não estão nos respondendo”, lamenta o motorista.

Nesse meio tempo, a psicóloga que tem acompanhado as meninas alegou no processo que não considerava viável a volta das irmãs ao Brasil.

“A gente só conseguiu ter acesso às informações sobre o processo na Justiça quando contratamos uma advogada em Portugal. Tive que enviar até foto da minha casa, cópia do contracheque, para comprovar que tenho condições de recebê-las no Brasil”, detalha Marcos.

Na última semana, o motorista foi surpreendido com um despacho do Tribunal Judicial da Comarca de Santarém, na qual o juiz o proibiu de manter contato com a própria filha.

O magistrado acatou um parecer técnico da psicóloga do lar temporário que alegou que: “os contatos telefônicos entre a menina e seu genitor, não estão salvaguardando os interesses e o bem-estar desta criança, tendo em vista a inexistente relação entre ambos, antes do trágico acontecimento, bem como o fato da criança manifestar, de
forma consciente, sinais de desconforto e instabilidade emocional diante dos contatos”.

Marcos Aurélio, no entanto, nega que não tivesse contato com a menina antes da mudança dela para Portugal. “Estou com sérias dificuldades em me comunicar com a minha filha, por razões injustificáveis. Preciso do apoio das autoridades envolvidas para estabelecer contato e convívio com ela”, alega.

O motorista não quer que sua filha retorne ao Brasil simplesmente porque é pai, mas também por temer pela segurança e bem-estar das meninas, posto que não têm qualquer familiar que lhes dê apoio, somente um primo. Por outro lado, ele não pode neste momento largar o seu trabalho para ir à Portugal.

A reportagem procurou o Ministério das Relações Exteriores, a Embaixada do Brasil em Lisboa e o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.

 

 

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