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    Jornalista morto por Israel deixou carta para ser publicada nas redes

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    Prevendo ataque de Israel, o jornalista da Al Jazeera, Anas Al-Sharif, de 28 anos, deixou carta escrita em 6 de abril, para ser publicada, caso ele morresse em Gaza. Al-Sharif foi morto durante ataque israelense direcionado a uma tenda que abrigava profissionais da imprensa. Além dele, segundo o veículo de comunicação, outros quatro colegas, jornalistas da empresa, também morreram após o ocorrido.

    Veja a carta deixada por ele:

    This is my will and my final message. If these words reach you, know that Israel has succeeded in killing me and silencing my voice. First, peace be upon you and Allah’s mercy and blessings.

    Allah knows I gave every effort and all my strength to be a support and a voice for my…

    — أنس الشريف Anas Al-Sharif (@AnasAlSharif0) August 10, 2025

    Na carta, o jornalista afirmou que dedicou todos os esforços para ser um apoio e uma voz para o seu povo. Ele dizia, ainda, que parte de sua esperança era ter a vida prolongada para que pudesse retornar com a família e entes queridos para sua cidade original, Asqalan (Al-Majdal), ocupada por Israel.

    “Vivi a dor em todos os seus detalhes, experimentei o sofrimento e a perda muitas vezes, mas nunca hesitei em transmitir a verdade como ela é, sem distorção ou falsificação”, afirmou.

    Ele também lamentou que “nem mesmo os corpos mutilados de crianças e mulheres comoveram corações ou impediram o massacre ao qual seu povo tem sido submetido há mais de um ano e meio.”

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    O exército israelense alega que Anas al-Sharif se passava por jornalista, mas que, na verdade, era “chefe de uma célula da organização terrorista Hamas”. Segundo Israel, existem documentos que confirmavam o envolvimento do jornalista em atividades terroristas.

    “Os documentos incluem listas de pessoal, listas de cursos de treinamento terrorista, listas telefônicas e comprovantes de salário do terrorista, e fornecem provas inequívocas de que ele serve como terrorista militar do Hamas na Faixa de Gaza. Os documentos também comprovam a integração do terrorista do Hamas à rede Al Jazeera do Catar”, informou o exército, em nota.