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Justiça libera retorno de PMs afastados por morte de policial civil

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Justiça libera retorno de PMs afastados por morte de policial civil

A Justiça de São Paulo aceitou uma petição das defesas do cabo Robson Santos Barreto e do sargento Marcus Augusto Costa Mendes, das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), envolvidos na morte do policial civil Rafael Moura, e revogou a medida cautelar que afastava os agentes de suas funções públicas.

Na decisão, de sexta-feira (1º/8), a juíza Isabel Rodriguez, da 3ª Vara do Júri do Foro Central Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), determinou que os PMs deverão ficar apenas em “serviço exclusivamente interno, sem participação em atividades operacionais externas, pelo prazo inicial de 90 dias ou até o término das investigações”.

Ao Metrópoles, o advogado Fábio Galves, que defende o sargento Marcus Mendes, afirmou que o PM vai trabalhar internamente, em serviços administrativos, e voltará a receber o seu salário e “todas as vantagens inerentes à função”.

Relembre o caso

A reportagem busca o contato da defesa do cabo Robson Santos Barreto. O espaço está aberto para manifestação.

Petição para revogação

Para os advogados, o afastamento das atividades operacionais (na rua), determinado pela PM, já atendia aos objetivos da medida cautelar e da preservação da ordem pública.

Eles argumentam que a suspensão da função pública é exagerada, já que a medida tira dos PMs o direito a vencimentos e vantagens, além de interromper a contagem de tempo para fins de aposentadoria, férias, licença-prêmio, adicional de insalubridade e progressão funcional.

Segundo os defensores, o afastamento também causa prejuízos à subsistência dos próprios investigados e de seus dependentes.

“Cumpre salientar que a referida determinação, já devidamente publicada no Diário Oficial do estado, está produzindo prejuízos de natureza irreparável ao acusado, que é chefe de família e responsável pelo provimento de seu filho menor. É imperioso destacar que a manutenção de tal decisão impossibilitará o acusado de prover o sustento de seu núcleo familiar”, afirmou a defesa de Mendes na petição.

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“Entrou para matar”

Um policial, que prefere não se identificar, disse ao Metrópoles que conhece bem a região onde Mendes atirou contra os policiais civis, por já ter trabalhado no território. De acordo com ele, a conduta era desnecessária, já que não costuma haver criminosos armados no local.

Para o agente, Mendes estaria tentando provar que merece o posto na Rota. Afinal, chegou há pouco tempo na corporação. “Quer fazer nome e mostrar por que foi para a Rota”, avaliou.

Um mês antes da ocorrência que matou Moura, o sargento da PM se envolveu em outra ocorrência a 500 metros do local. Essa, no entanto, resultou em homicídio. A vítima foi um homem ainda não identificado, que, segundo a versão dos PMs, estaria segurando uma arma de fogo.

Pedido por justiça

Segundo a irmã, Rafael Moura tinha o sonho de ser policial desde pequeno. “Ele conseguiu realizar e também tinha um sonho de ser delegado”, conta. Agora, resta o sentimento de indignação e o pedido por justiça.

“O policial da Rota atirou pra matar meu irmão. Ele deixou três filhos pequenos e esposa. Meu pai, que já é um senhor de idade, está arrasado. Estamos todos arrasados”, lamenta. “A gente jamais imaginou que ele seria morto por um outro colega da mesma profissão.”

A família solicita acesso aos registros da câmera corporal de Marcus Mendes, da Rota. As imagens já foram disponibilizadas pela Polícia Militar (PM) para inquérito aberto pela Polícia Civil.

“A conduta [de Marcus] foi errada como policial. Todo mundo quer ver essas imagens, já que ele fala que foi legitima defesa. Todo mundo quer ver, porque ele está na rua”, aponta a irmã de Rafael.

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