Roma – A Justiça italiana concluiu o laudo médico da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), realizado por perícia após pedido com caráter de urgência. O documento, que foi apresentado na audiência desta quarta-feira (27/8), atesta que a parlamentar tem condições de permanecer na prisão, onde tem acesso aos medicamentos que precisa. O laudo ainda afirma que, caso a Justiça opte por extraditar Zambelli para o Brasil, via transporte aéreo, isso também pode ser feito.
Zambelli passou por uma nova audiência na Justiça da Itália, mas não saiu de lá com uma decisão sobre seu futuro – se continuará presa ou se ficará em liberdade enquanto o processo de extradição para o Brasil tramita.
Após ser ouvida na audiência, Zambelli foi mandada de volta ao Instituto Penitenciário de Rebibbia onde vai aguardar a decisão da Corte, que será tomada de forma reservada e comunicada à defesa da parlamentar, provavelmente ainda nesta quarta.
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Zambelli está presa na Itália desde o dia 29 de julho, no Instituto Penitenciário de Rebibbia, na periferia de Roma, depois de ficar quase um mês foragida da Justiça brasileira.
A perícia oficial foi solicitada pelo juiz do Tribunal de Apelação de Roma, após a última audiência, realizada no dia 13 de agosto, ter sido brevemente paralisada por conta de um mal-estar apresentado por Zambelli. Na mesma ocasião, os advogados da deputada destacou os problemas de saúde enfrentados por ela e pediu um acompanhamento médico mais próximo.
Laudo paralelo
O laudo italiano vai na direção contrária à perícia contratada pela defesa da parlamentar de forma paralela à solicitada pela Justiça italiana. O documento, conforme apurou o Metrópoles, tem quase 90 páginas.
O parecer médico foi realizado pela Vida Mental Perícias, comandada pelo psiquiatra forense Hewdy Lobo Ribeiro, especialista que já atuou em casos de repercussão nacional, como os de Suzane von Richtofen, da ex-deputada Flordelis e de Adélio Bispo, autor da facada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018.
A defesa, dividida entre Brasil e Itália, aposta em provar que o estado de saúde da parlamentar está comprometido, até mesmo agravado, e que ela não pode permanecer presa. A contratação de Hewdy Lobo entra nesse contexto: o grupo médico – que inclui médico legista, psiquiatra forense e psicólogo jurídico – defende que o ideal seria a conversão da pena em prisão domiciliar.
A avaliação psiquiátrica foi feita de forma indireta, já que Zambelli está sob custódia na Itália, e levou em conta o histórico clínico da deputada.
Dez doenças
Os pontos destacados pelo laudo são a fibromialgia, doença que causa fortes dores no corpo, uma condição cardíaca, que demanda atendimento médico especializado, e sintomas graves de depressão.
Além da versão em português do parecer médico, a defesa está providenciando uma tradução juramentada para o italiano para que o documento seja compartilhado com as autoridades do país.
Segundo o pai dela, Zambelli sofre de mais de 10 doenças, entre elas a síndrome da taquicardia postural ortostática, que já havia levado a internações anteriores.