Com uma carreira marcada por sucessos, composições inconfundíveis e uma voz única, Marília Mendonça fez história em vida e segue batendo recordes após a morte, em novembro de 2021. A prova mais recente é a música Leão, lançada em dezembro de 2022, que se tornou a faixa mais ouvida pelos brasileiros na história das plataformas digitais.
O legado da artista, no entanto, ainda guarda muitas novidades para os fãs. De acordo com Wander Oliveira, empresário e fundador da Workshow, responsável pela carreira de Marília, o acervo é vasto e permitirá lançamentos por décadas. “A ideia é trabalhar 10 músicas por ano. Existem materiais para 20 anos, com folga”, afirmou ao G1.
Marília Mendonça
Reprodução/Instagram
Marília Mendonça morreu aos 26 anos
Reprodução
Marília Mendonça
Reprodução/Instagram
Marília Mendonça
Reprodução
Acervo sob cuidado
Após o acidente que tirou a vida da cantora em 2021, o material deixado por Marília passou a ser administrado por três frentes:
- família: representada pela mãe da artista, Ruth Dias, e pelo cantor Murilo Huff, pai de Léo, único herdeiro da cantora, hoje com 5 anos.
- Som Livre: a gravadora, com contrato firmado em 2019, detém os direitos de exploração comercial de tudo que Marília produziu em vida.
- Workshow: empresa fundada por Wander Oliveira, que sempre gerenciou a carreira da sertaneja.
Divergências
Esses três núcleos precisam atuar em conjunto para preservar a imagem da cantora, cuidar do repertório já conhecido e decidir como divulgar os trabalhos inéditos.
Nem sempre as decisões agradam a todos os envolvidos. No início de 2024, por iniciativa da família, foi lançado um dueto póstumo entre Marília e Cristiano Araújo — morto em 2015 —, a faixa De Quem É a Culpa?. As vozes foram unidas digitalmente. O empresário, no entanto, discordou da ideia.
“Como era vontade da família, eu não achei prudente não autorizar. Mas, se tivessem me consultado, eu não gostaria que tivesse sido feito”, declarou Oliveira.
Pen drive
O legado musical de Marília Mendonça segue gerando disputas entre os responsáveis pela obra dela. Um dos pontos de atrito envolve um pen drive que guarda parte das criações inéditas da cantora.
Segundo Wander Oliveira, empresário e dono da Workshow, o dispositivo foi compilado por Juliano Soares, o Tchula, melhor amigo e parceiro de composição da artista, e contém entre 100 e 110 arquivos. Ali estão ideias de músicas, registros em voz e violão e até interpretações de Marília para canções de outros artistas.
“Eu não achava que deveria ser meu ou de qualquer pessoa, que não fosse o Léo, o que tem nesse pen drive”, disse Wander, ao afirmar que abriu mão de sua parte nos direitos sobre o material. “Ficou entendido que os meus 50% seriam doados para o espólio. Mas, duas semanas depois, o advogado da família estava na Som Livre negociando o pen drive.”
Além desse acervo, há ainda gravações caseiras feitas pela cantora no celular e registros de lives durante a pandemia, que já renderam o álbum póstumo Decretos Reais, lançado em 2022.