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    Motoboy pagará multa por mandar Olim “enfiar chip no rabo”. Entenda

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    O motoboy Elias Freitas Júnior, conhecido como JR Freitas, líder de um movimento autônomo da categoria, terá de pagar dois salários mínimos (R$ 3.036) de multa após ter sido denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por injúria contra o deputado estadual Delegado Olim (PP).

    No dia 18 de março, Júnior mandou o parlamentar e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) “enfiarem o chip um no rabo do outro”.

    A fala foi feita durante um discurso na praça da Sé, na região central da capital, em que JR Freitas criticava o projeto de lei apresentado por Olim, e depois sancionado por Tarcísio, que prevê a identificação e rastreamento de serviços de entrega por motoboys por meio da instalação de chips na mochila de profissionais.

    “Eles querem colocar um chip na moto? Eu vou dar um recado aqui para o Tarcísio de Freitas e para o delegado Olim, para os dois. Pega o chip que rastreia cada um e enfia um no rabo do outro para a mulher de vocês saberem onde vocês estão”, afirmou Júnior em meio a manifestantes que estavam ao redor.

    O motoboy, que é filiado ao PSol, também postou o trecho com a fala no Instagram, que tem 110 mil seguidores. Após a publicação, Olim moveu uma ação por difamação e, após inquérito conduzido pelo 1º DP da Polícia Civil, o Ministério Público ofereceu a denúncia.

    Veja vídeo:

    De acordo com JR Freitas, na audiência de conciliação sobre o caso, o parlamentar pediu que ele fizesse uma retratação, o que foi recusado. O Ministério Público, então, propôs o pagamento da multa. “Pedi a diminuição do valor por motivos financeiros, disse que sou motoboy, mas eles não diminuíram”, afirmou Freitas ao Metrópoles.

    “Agora vou correr atrás desse valor e pagar. Por mais que seja um valor alto, fazer uma retratação dentro daquilo que eu fiz, como meu direito à manifestação e liberdade de expressão, ainda mais feita por eles, não tinha como eu aceitar isso”, disse o motoboy.

    O valor da multa será destinado ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD).

    À época da denúncia, Olim afirmou à reportagem que a fala do motoboy foi uma “falta de respeito comigo e com o governador”.

    “Ele acha que é o dono do mundo, então agora ele vai pelo menos ter uma dorzinha de cabeça. A pessoa tem o direito a falar o que quiser, ele podia ter feito o discurso dele, falado que não concordava. Aquilo [a lei] é para salvar o pessoal que trabalha que nem ele. Não é para tomar dinheiro de ninguém. Essa lei é para ajudá-los a não ser toda hora parados pela Polícia Militar”, afirmou o deputado.