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Não me leve a mal, Trump, mas Putin foi quem deu um show de bola

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Não me leve a mal, Trump, mas Putin foi quem deu um show de bola

O aconselhável seria não comentar o que o perfil oficial da Casa Branca no X classificou de “histórico”: o encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo Vladimir Putin, realizado na base militar americana de Anchorage, no Alasca. E se Trump não gostar do que for dito aqui? E se, em resposta, taxar outra vez o Brasil e cassar o visto do comentarista?

A reunião foi para discutir um possível cessar-fogo na Ucrânia, país invadido há três anos pela Rússia, além de outros temas sensíveis das relações entre as duas maiores potências nucleares do mundo. Interessada em aumentar seu próprio território, a Rússia já domina um quinto da Ucrânia. Trump e Putin ficariam face a face por 7 horas – ficaram menos de três. No que deu?

Trump ameaçou a Rússia com sanções “severas” caso não houvesse cessar-fogo. Putin foi recebido por ele com todas as honras dispensadas a um chefe de Estado. Ao entrar no espaço aéreo dos Estados Unidos, o avião de Putin foi escoltado por quatro caças americanos. Em terra, Putin caminhou sobre um tapete vermelho em direção a Trump que o cumprimentou com toda cordialidade.

De Bolsonaro, Trump nunca disse que era seu amigo. Passou a tratá-lo como tal só a partir do anúncio do tarifaço sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. Putin sempre foi tratado por Trump como um amigo, a quem estima e admira. No início de julho último, Trump disse: “Ele é muito gentil conosco o tempo todo, mas isso acaba não tendo importância”.

À saída do encontro em Anchorage, observou: “Sempre tive um relacionamento fantástico com o presidente Putin, com Vladimir”. Sobre os resultados do encontro, pouco falou. Embora Putin tenha dito que eles chegaram a um acordo que “abrirá caminho para a paz na Ucrânia”, Trump deixou claro que há pontos de desacordo: “Não há acordo até que haja um acordo”.

Putin garantiu vitórias antes e depois da cúpula, segundo o The New York Times. A primeira: após anos de ostracismo no Ocidente, ele retornou ao solo americano pela primeira vez em uma década. A segunda: retornou a Moscou aparentemente sem ter feito grandes concessões. De resto, aproveitou a ocasião para apresentar a sua própria visão do conflito na Ucrânia.

As afirmações de Putin não foram contestadas por um Trump sorridente que há muito tempo faz questão de cortejar líderes autoritários — “os fortes”, como ele mesmo diz. Determinado a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, Trump não mencionou sua insistência anterior de que deveria haver um cessar-fogo imediato como resultado da reunião. Putin fez um agrado final a Trump.

Disse que poderia “confirmar” algo que Trump repetidamente apregoa: que a incursão da Rússia na Ucrânia no início de 2022 não teria acontecido se Trump fosse à época o presidente dos Estados Unidos. O presidente era o democrata Joe Biden.

 

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