MAIS

    Nunes quer câmeras chinesas com 20 km de alcance ao redor de favelas

    Por

    A Prefeitura de São Paulo pretende instalar câmeras de alto alcance para detecção de imagens no entorno de favelas como Paraisópolis, na zona sul da capital. O objetivo é viabilizar a contratação dos equipamentos fabricados por uma empresa chinesa, que seriam integrados ao sistema de câmeras de reconhecimento facial do Smart Sampa, para combater crimes como homicídios, roubos e tráfico de drogas.

    O prefeito Ricardo Nunes (MDB) conheceu a tecnologia durante viagem à China, em abril deste ano, quando a comitiva do município visitou a sede da empresa Hikvision. Segundo a prefeitura, as câmeras possuem capacidade de detectar imagens a até 20 quilômetros de distância.

    “A visita que fiz com o prefeito Ricardo Nunes à China e ao Japão nos permitiu conhecer novas tecnologias, dentre elas essas câmeras que podem buscar imagens a quilômetros de distância e será implantada no Smart Sampa”, afirmou ao Metrópoles o secretário municipal de Segurança Urbana, Orlando Morando.

    Leia também

    Além disso, de acordo com a gestão municipal, a tecnologia ainda é capaz de levantar o histórico de quem estava dirigindo um veículo roubado ou furtado, cujas imagens tenham sido captadas pelas câmeras.

    “Também é possível, em cada captura feita nas câmeras que já estão implementadas hoje no Smart Sampa, exibir a velocidade com que esse veículo está passando, local e movimentação. Todas essas informações ficam visíveis no painel de apresentação”, informa a prefeitura.

    Nessa segunda-feira (11/8), durante agenda de entrega de câmeras inteligentes acopladas em motos da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar (PM), Nunes mencionou a aquisição das câmeras de alto alcance para para monitorar o entorno da comunidade.

    “Sobre a questão, por exemplo, de Paraisópolis, uma das tecnologias que estamos trazendo são câmeras com a capacidade de buscar imagem a 20 quilômetros. A tecnologia vai ser um aliado do governo do Estado e da Prefeitura de São Paulo pelo bem das pessoas trabalhadoras e contra os criminosos. Imagine a tecnologia que a gente vai implantar, de câmera que vai buscar 20 quilômetros de imagens altamente nítidas. Essa vai ser uma das ações que a gente vai estar colocando”, afirmou Nunes, ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    A ideia é que a aquisição dos equipamentos seja feita pelo consórcio responsável pela gestão e operacionalização do Smart Sampa, programa que virou vitrine da gestão Nunes na área da segurança pública.

    Casos em Paraisópolis

    A comunidade de Paraisópolis está relacionada a episódios de violência que ganharam repercussão na cidade neste ano. Na última quinta-feira (7/8), o cabo da PM Johannes Santana foi baleado no pescoço após um suspeito roubar a sua arma durante uma abordagem no local.

    O policial foi internado após ser socorrido dentro da comunidade. O tiro não atingiu órgãos vitais e ele recebeu alta no dia seguinte. Até o momento, uma pessoa foi presa por envolvimento no caso.

    Outro caso é o do ciclista Vitor Medrado, vítima de um latrocínio no dia 13 de fevereiro ao lado do Parque do Povo, no Itaim, zona sul de São Paulo. Cinco dias depois do crime, a Polícia Civil prendeu em Paraisópolis a suspeita de chefiar os assaltantes que mataram o ciclista, conhecida como “Mainha do Crime”.

    De acordo com a investigação, Suedna Barbosa Carneiro, de 41 anos, seria responsável por administrar uma rede de assaltos em diferentes pontos da cidade e é apontada como facilitadora e financiadora dos crimes, fornecendo acessórios como mochilas e capacetes para os motociclistas se disfarçarem de entregadores. Ela também receberia os itens roubados nas abordagens.

    No momento da prisão na comunidade, Mainha do Crime detinha três armas de fogo, além de equipamentos supostamente usados nas abordagens e equipamentos eletrônicos.

    Smart Sampa

    • O Smart Sampa, programa de videomonitoramento da Prefeitura de São Paulo, é a principal bandeira na área de segurança de Ricardo Nunes.
    • Entre suas funcionalidades, estão reconhecimento facial, detecção de invasões, vandalismo e geração de alertas em tempo real, além da leitura de placas de veículos.
    • Segundo o município, atualmente são 31 mil câmeras ativas espelhadas pela cidade, sendo 20 mil públicas e 11 mil privadas. Desde a inauguração do programa, em 2024, cerca de 1,6 mil foragidos da Justiça foram capturadas por meio do reconhecimento facial das câmeras. Outros 3 mil suspeitos foram presos em flagrante.
    • De acordo com Tarcísio, a ideia é replicar o modelo nas outras cidades da Região Metropolitana de São Paulo, interligando sistemas de câmeras com o sistema do Muralha Paulista, programa do governo do estado que integra bancos de dados para o combate à criminalidade.