Na rotina de sua prisão domiciliar, o ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado pela tentativa de golpe, usou o Dia dos Pais para um novo movimento: a defesa entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para ampliar o rol de visitas, solicitando a presença de sogros, noras e netos.
A manobra, que pode ser vista como uma tentativa de flexibilizar as regras impostas, coloca em evidência uma espécie de tática do ex-presidente para testar os limites do ministro Alexandre de Moraes.
O ministro, responsável pelo caso, acatou parcialmente o pleito. A resposta de Moraes, no entanto, foi dada com a habitual cautela: liberou as visitas, mas com regras rígidas de horário e a proibição de uso de celulares.
A movimentação de Bolsonaro, buscando uma brecha para aliviar as restrições, reforça o clima de tensão e polarização em torno do caso.
“Liberou Tarcísio, liberou filhos. Agora, Dia dos Pais. Logo Bolsonaro vai querer fazer festa. De repente, outra festa da Selma”, ironiza Noblat
A frase toca na raiz da questão: o réu é um ex-presidente acusado de um crime contra a democracia. A PGR aponta Bolsonaro como líder da organização criminosa, além de “principal articulador e maior beneficiário” das ações para tentar implantar um golpe de Estado no país em 2022.
O tratamento judicial, portanto está sob um escrutínio inédito, e cada decisão, como a do Dia dos Pais, ganha peso político e simbólico: seria este um tratamento especial em comparação com o que outros acusados de mesmo patamar recebem?
Confira: