A tensão entre Estados Unidos e Venezuela escalou nos últimos dias com os rumores de que Washington teria enviado navios de guerra com 4 mil militares para a costa da Venezuela. A previsão, segundo a mídia norte-americana, é que os navios cheguem nesta quarta-feira (20/8).
O governo dos EUA confirmou que havia ordenado a movimentação naval na região para conter a ameaça de grupos de narcotraficantes. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, no entanto, evitou confirmar a informação nessa terça-feira (19/8).
Ela, contudo, voltou a sinalizar o interesse norte-americano em agir contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e disse que governo norte-americano vai usar “todos os elementos do poder americano”.
“O presidente Trump tem sido muito claro e consistente. Ele está preparado para usar todos os elementos do poder americano para impedir que as drogas cheguem ao nosso país, e trazer os responsáveis à Justiça. O regime Maduro não é o governo legítimo da Venezuela. É um cartel de narcoterrorismo”, declarou.
Guerra às drogas de Trump
Os EUA classificaram o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como chefe do cartel de drogas de Los Soles, e aumentaram a recompensa por sua prisão para US$ 50 milhões.
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A suposta ligação de Maduro com cartel, ainda sem provas concretas, surge em meio a uma mudança nas políticas norte-americanas de combate ao tráfico internacional de drogas.
Atualmente, uma série de grupos ligados ao tráfico de drogas foram classificados por Washington como organizações terroristas. Na prática, a medida abre precedentes para que os EUA realizem operações militares em outros países, sob a justificativa da guerra contra o terror.
Os navios dos EUA
Segundo fontes ouvidas com exclusividade pela agência Reuters, 3 navios com sistemas antimíssil e mísseis de ataque foram enviados à costa Venezuelana, próximo a Caracas.
Os navios são o USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson (na imagem em destaque). Os três têm um sistema contra mísseis chamado Aegis, que tem um conjunto de sensores, computadores e softwares que lançam armas.
Governo Maduro reage
Nessa segunda-feira (18/8), em meio aos rumores do envio de navios à costa venezuelana, Maduro anunciou a mobilização de mais de 4,5 milhões de milicianos no país, com o objetivo de “defender o território, a soberania e a paz da Venezuela”.
Os EUA são um dos principais alvos das declarações polêmicas do líder venezuelano, que acusa o país de ambições imperialistas. As ações dos EUA contra cartéis de drogas latino-americanos foi rejeitada por Maduro, que considerou “ameaças bizarras e absurdas” de “supremacia imperialista”
“Garantiremos a soberania e a paz em quaisquer circunstâncias que surjam nos próximos dias, meses e anos. Derrotaremos mais uma vez o imperialismo norte-americano, em qualquer uma de suas formas, contra o nosso nobre, pacífico e trabalhador povo da Venezuela”, afirmou Maduro.