MAIS

    Os 12 livros que Daniel Silveira diz ter lido na prisão

    Por

    A defesa do ex-deputado federal Daniel Silveira apresentou ao STF uma lista de 12 livros que ele afirma ter lido no cárcere para reduzir parte da pena com atividades educacionais.

    O ministro Alexandre de Moraes (STF), contudo, determinou que a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro refaça os relatórios de leitura, para que sigam as regras do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

    Leia também

    O despacho foi dado após a Corte identificar divergências entre os títulos informados com os relatórios de leitura apresentados pela defesa.

    Na relação de Silveira constam 12 obras literárias:

    1. Crime e Castigo — Fiódor Dostoiévski
    2. O Príncipe — Nicolau Maquiavel
    3. O Código Da Vinci — Dan Brown
    4. 1984 — George Orwell
    5. Memórias Póstumas de Brás Cubas — Machado de Assis
    6. A Arte da Guerra — Sun Tzu
    7. O Processo — Franz Kafka
    8. O Homem que Calculava — Malba Tahan
    9. A Volta ao Mundo em 80 Dias — Júlio Verne
    10. O Menino do Pijama Listrado — John Boyne
    11. Capitães da Areia — Jorge Amado
    12. A Revolução dos Bichos — George Orwel

    No despacho, Moraes escreveu que “não se observa cumprida a determinação” anterior, e ordenou que os atestados de leitura sejam avaliados por uma comissão, como prevê a resolução do CNJ.

    O caso segue em análise no STF.

    Livros sobre comunismo

    A defesa de Silveira já havia pedido a  redução de 38 dias da pena, com base em atividades realizadas durante o cumprimento da sentença.

    Silveira trabalhou na faxina da unidade prisional, concluiu um curso de auxiliar administrativo e entregou relatórios de leitura sobre as obras “Agonia da noite” e “A luz do túnel”, do escritor Jorge Amado, que foi deputado federal pelo Partido Comunista entre 1946 e 1948.

    Os dois livros fazem parte de uma trilogia de Jorge Amado que retrata a resistência comunista à ditadura do Estado Novo, instalada por Getúlio Vargas no Brasil. Em entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto, em 1990, o autor revelou que Josef Stalin, o autocrata russo que governou a União Soviética de 1924 a 1953, foi seu “último ídolo”.