Relator da PEC das Prerrogativas na Câmara, o deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG) tem usado dois argumentos principais para tentar convencer petistas e outros aliados ao governo Lula a apoiarem a proposta.
Nas conversas com petistas e governistas, segundo relatos, Lafayette tem prometido não comprar briga com o STF e que seu texto não influenciará no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O deputado Lafayette Andrada
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
O deputado Lafayette Andrada
Marina Ramos / Câmara dos Deputados
Bancada do PT na Câmara
Gabriel Paiva/Divulgação
Apesar de concordarem com parte do mérito, petistas temem que a votação da PEC agora seja vista como uma proteção a Bolsonaro. Por isso, preferem que o tema seja apreciado após o julgamento do ex-presidente.
O relator da PEC, porém, tem afirmado a deputados do PT que terá um cuidado especial para que o texto não apresente inconstitucionalidades nem gere atritos desnecessários com o Supremo.
Mais do que isso, tem garantido que a PEC tratará apenas das prerrogativas de deputados e senadores — e que os governistas podem ficar tranquilos, pois não abordará o mérito do julgamento de Bolsonaro.
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Reunião com o PT
Lafayette deverá se reunir com a bancada do PT nesta quarta-feira (27/8) para tratar da PEC. A decisão de votar a proposta antes ou depois do julgamento de Bolsonaro, contudo, não está nas mãos do relator.
A decisão de pautar o texto cabe apenas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem dado sinais de que quer votar a proposta nos próximos dias.
A PEC das Prerrogativas surgiu como alternativa à PEC que acabava com o foro privilegiado e que fez parte do acordo que encerrou o “motim” dos bolsonaristas no início de agosto, no plenário da Câmara.