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    PF prende ex-CAC investigado por ligação com consórcio do tráfico no DF

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    Um dos alvos da operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) no combate ao tráfico interestadual de drogas no Distrito Federal e Entorno é um ex-Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). O investigado foi preso com 12 munições intactas após alegar que as guardou depois de ir a um estande de tiros.

    Wolfgang da Silva é alvo de dois inquéritos conduzidos pela PF. Policiais federais se deslocaram até a residência do suspeito, em Ceilândia, no âmbito da Operação Royal, e apreenderam as munições localizadas em cima de um rack da sala. As buscas ocorreram na manhã dessa terça-feira (19/8).

    O suspeito informou à PF que era CAC, mas que, devido a “mudanças na legislação”, perdeu a licença. Wolfgang relatou que as munições eram suas, sobras de um treinamento em um estande de tiros em Ceilândia.

    De acordo com os investigadores, o suspeito passou a integrar a lista de investigados após a localização, no aparelho celular de Marcelo Gonçalves Borges — alvo da PF em operação deflagrada em abril deste ano —, de mensagens que ligam Wolfgang ao esquema de tráfico de drogas.

    Borges é o líder da organização que operava da Paraíba, coordenando as ações de um gerente e operadores logísticos residentes no Distrito Federal. Para ocultar os mais de R$ 89 milhões obtidos com a venda de drogas no DF, em Goiás e em Minas Gerais, eles utilizavam uma complexa rede de laranjas e empresas de fachada.

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    Conforme mostrou o Metrópoles na coluna Mirelle Pinheiro, as investigações revelaram a existência de um consórcio de pelo menos 16 integrantes que realizavam aportes financeiros semanais para financiar a aquisição e distribuição de drogas no DF e Entorno.

    Foram identificadas ligações do grupo com uma facção criminosa atuante no DF, além de indícios de prática de lavagem de dinheiro e comércio ilícito de armas de fogo.

    A investigação é conduzida pela Delegacia de Repressão a Drogas da Polícia Federal no Distrito Federal.

    As ações contam com o apoio da Rotam (PMDF) e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/DF), e se estendem também aos estados do Rio de Janeiro (RJ) e Paraíba (PB).

    As penas para os crimes investigados, se somadas, podem alcançar 45 anos de prisão.