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    PGR defende monitoramento da PF em tempo integral na casa de Bolsonaro

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    A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou, na noite desta segunda-feira (25/8), para que se tenha policiamento extra no entorno da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. A manifestação se dá após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitar o posicionamento do Ministério Público acerca da questão.

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    “Tendo em vista o encaminhamento pela própria Polícia Federal da solicitação que recebeu do ilustre Deputado Federal, parece ao Ministério Público Federal de bom alvitre que se recomende formalmente à Polícia que destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue o monitoramento em tempo real das medidas de cautela adotadas, adotando-se o cuidado de que não sejam intrusivas da esfera domiciliar do réu, nem que sejam perturbadores das suas relações de vizinhança”, diz parecer da PGR.

    A Polícia Federal (PF) encaminhou ainda nesta segunda ao STF um ofício elaborado pelo líder o PT na Câmara dos Deputados, deputado federal Lindbergh Farias (PT). No pedido, a PF reforçou a manutenção e constante checagem do sistema de monitoramento eletrônico nas intermediações da casa do ex-mandatário.

    As medidas visam assegurar o cumprimento da medida cautelar imposta por Moraes a Bolsonaro, que está em prisão domiciliar desde o último dia 4 de agosto.

    “Chegaram ao conhecimento público e institucional informações sobre risco concreto de fuga do acusado, notadamente a possibilidade de tentativa de evasão para o interior da Embaixada dos Estados Unidos da América – e posteriormente solicitar asilo político – situada a aproximadamente dez minutos de seu domicílio em Brasília. Tal circunstância poderia frustrar o cumprimento da ordem judicial e comprometer a aplicação da lei penal”, diz o documento.

    Na última sexta-feira (22/8), a defesa de Bolsonaro enviou ao STF explicações sobre o rascunho de um pedido de asilo político à Argentina encontrado pela Polícia Federal no celular do ex-mandatário. No texto, o ex-presidente alega ser perseguido no Brasil “por motivos e por delitos essencialmente políticos” e cita medidas cautelares impostas pelo STF.

    Na manifestação, a defesa afirma: “Parece claro que um rascunho de pedido de asilo ao presidente argentino, datado de fevereiro de 2024, não pode ser considerado um indício de fuga. Seria necessário avisar à Polícia Federal, especialmente ao setor de inteligência, que o processo criminal que originou as cautelares foi proposto um ano depois e, desde então, o ex-presidente compareceu a todos os seus atos, inclusive estando em sua residência quando determinado o uso de tornozeleira por Vossa Excelência (Moraes)”.