Discreta, silenciosa e extremamente perigosa. Assim é a aranha-marrom, uma das espécies mais temidas do Brasil, principalmente pelo hábito de se esconder dentro de casas — muitas vezes sem ser notada. Segundo o biólogo Fabiano Soares, esse aracnídeo é responsável por acidentes que podem evoluir de feridas graves a casos fatais, se não houver atendimento médico imediato.
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“Ela costuma viver escondida atrás de móveis, dentro de armários, sapatos, roupas guardadas, caixas ou até embaixo da cama”, explica o biólogo. O perigo está justamente no contato acidental: ao vestir uma roupa ou calçar um sapato onde ela está escondida, a pessoa pode acabar sendo picada.
Segundo o profissional, o veneno da aranha-marrom causa uma reação chamada loxoscelismo, que pode se manifestar de duas formas: cutânea (na pele) e visceral, atingindo órgãos internos. “O primeiro sinal pode ser apenas uma vermelhidão, mas com o passar das horas pode evoluir para uma bolha, úlcera e necrose”, alerta Soares. Casos mais graves, principalmente em crianças e idosos, podem causar anemia hemolítica e levar ao óbito.
Como identificar a aranha-marrom
Fabiano explica que ela mede entre um e quatro centímetros, tem pernas finas, corpo achatado e coloração marrom uniforme. Um detalhe típico é o desenho em forma de violino no tórax, embora nem sempre seja fácil de enxergar. Diferente da armadeira, a aranha-marrom não é agressiva — só ataca se for esmagada ou tocada acidentalmente.
A teia da espécie também é característica: “É uma teia irregular, desorganizada, diferente daquela simétrica que estamos acostumados a ver em outras aranhas”, afirma o biólogo.
Um detalhe típico é o desenho em forma de violino no tórax, embora nem sempre seja fácil de enxergar
O que fazer em caso de picada
Os primeiros socorros incluem:
- Lavar o local com água e sabão
- Aplicar compressas frias
- Nunca usar pomadas caseiras, nem fazer torniquete
- Não tentar sugar o veneno
- Procurar atendimento médico imediato
O tratamento é feito com o soro antiaracnídico, disponível na rede pública de saúde. O diagnóstico deve ser clínico e rápido — quanto antes a pessoa for atendida, maiores as chances de recuperação sem complicações.
Como prevenir a presença da aranha-marrom em casa
A boa notícia é que a prevenção é simples e pode ser feita com medidas diárias:
- Sacudir roupas e sapatos antes de usar
- Manter armários organizados e sem acúmulo de entulho
- Vendar frestas, ralos e buracos na casa
- Evitar acúmulo de caixas e materiais parados
“A rotina de limpeza e o conhecimento sobre o comportamento da aranha são fundamentais para evitar acidentes”, reforça Soares.
Apesar de ser mais comum no Sul e Sudeste do país, como nos estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a aranha-marrom já foi encontrada em outras regiões. “Recebo relatos de casos no Norte e no Nordeste também”, relata o biólogo.