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Piedade por essa gente? Nem um pouco. Sinto nojo e raiva

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Piedade por essa gente? Nem um pouco. Sinto nojo e raiva

Como foi possível que tão poucos, e da pior qualidade, tenham enganado tanta gente por muito tempo?

Como é possível que a essa altura, depois de tudo o que se sabe, uma parte dessa gente continue a acreditar neles?

Para escapar de ser condenado, Bolsonaro chamou de “malucos” os acampados à porta de quarteis que pediam um golpe.

Não diz que os inspirou a proceder assim. Não diz que forçou os chefes militares a garantir-lhes abrigo e a tratá-los bem.

Enganou seus devotos com a falsa promessa de que moveria suas tropas nas ruas e no Congresso para aprovar a anistia.

Em primeiro lugar sempre esteve a anistia para ele. Dos Estados Unidos, no dia 7 de julho último, foi advertido pelo filho Eduardo, o embaixador sem escrúpulos do tarifaço:

“Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia ou enviar o pessoal que esteve no protesto que evoluiu para uma baderna para casa num [regime] semiaberto.”

Onde você leu “ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia”, leia: “ajudar Bolsonaro a salvar-se da Justiça”.

Não lhe faltaria apoio de Trump. A não ser que Trump se convencesse de que estaria bem servido com Tarcísio de Freitas como candidato a presidente no próximo ano.

Aconselhado pelo filho, Bolsonaro consultou a respeito um advogado que representa a Trump Media & Technology Group em processo contra Alexandre de Moraes junto à Justiça americana.

Aconselhado pelo pastor Silas Malafaia, no dia 13 de julho postou nas redes sociais um recado para os ministros do Supremo Tribunal Federal; na verdade, uma tentativa de chantagem:

“Não me alegra ver sanções pessoais, ou familiares, a quem quer que seja. Não me alegra ver nossos produtores do campo ou da cidade, bem como o povo, sofrer com essas tarifas de 50%. A solução passa por justiça aos presos pelo 08 de janeiro, passa pela anistia”. 

Em carta a Lula, Trump vinculou o tarifaço à suspensão imediata do julgamento de Bolsonaro. No recado aos ministros do Supremo, Bolsonaro vinculou o tarifaço à anistia. As peças se encaixam.

“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” cedeu vez a “Bolsonaro acima de qualquer coisa”. A lei pouco importa. Se preciso, pediria asilo a um país amigo. Por que não a Argentina?

No celular de Bolsonaro, a Polícia Federal encontrou a minuta de um pedido de asilo dirigido ao governo argentino. Não estava assinado. Mas, e daí? A minuta do golpe também não estava.

Bolsonaro subiu ao patíbulo. Deixou nos bancos e em paraísos fiscais a fortuna que acumulou ao longo da vida pública. Se não for bloqueada, será repartida entre os filhos.

Os governadores de direita deram-lhe as costas. O Centrão também. A hora da execução se aproxima.

Não há mais nada que ele possa fazer a não ser chorar antes que a farsa encenada termine e o pano desça. Sem aplausos.

 

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