O prefeito de Ananindeua (PA), Daniel Santos (PSB), foi afastado do cargo nesta terça-feira (5/8) por decisão liminar do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), no âmbito da Operação Hades, que apura suspeitas de corrupção ativa e passiva, além de fraudes em licitações envolvendo agentes públicos e empresários.
A medida foi determinada pelo desembargador Pedro Sotero, a pedido do Ministério Público do Pará (MPPA), e ainda cabe recurso.
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A investigação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos endereços, incluindo a casa de Daniel Santos, a sede da prefeitura, municípios do interior e até fora do estado.
Segundo o MP, os agentes também apreenderam maquinários rurais em uma fazenda do prefeito, localizada em Tomé-Açu. Os valores dos bens confiscados não foram divulgados.
A prefeitura de Ananindeua criticou a decisão, afirmando, que ela “utiliza instrumentos arbitrários” sendo tomada de forma monocrática, “sem direito à defesa prévia”.
A Operação Hades mobilizou 16 equipes para dar cumprimento às ordens judiciais. O vice-prefeito Hugo Atayde assumirá interinamente o comando do Executivo municipal.
Segundo o Ministério Público, a apuração mira um esquema que teria fraudado o caráter competitivo de processos licitatórios, com possíveis trocas de favores entre servidores públicos e empresários beneficiados.
Reação de Daniel
Em reação, Daniel publicou uma nota nas redes sociais reafirmando sua intenção de disputar o Palácio dos Despachos em 2026. No texto, ele aponta perseguição política e acusa a família Barbalho de manter uma “oligarquia” no estado:
“Sou, agora mais do que nunca, pré-candidato ao governo do Pará. Esse é o único caminho para combater e derrotar essa oligarquia dos Barbalho que há mais de 40 anos engana a nossa população. Tal perseguição chegou ao ponto de afastarem, sem direito a defesa”, declarou.
Santos deixou claro que irá recorrer à decisão, afirmando “derrotar essa ditadura”.
Daniel havia sido reeleito prefeito em 2020 com mais de 80% dos votos válidos. Seu eventual afastamento definitivo, se mantido nos tribunais superiores, pode inviabilizar a candidatura estadual por inelegibilidade, a depender do desfecho do processo.